Tempo seco

Incêndios florestais preocupam bombeiros

Os meses de inverno são os mais secos do ano no Paraná. Por conta disso, é nessa época que aumenta a quantidade de incêndios em vegetações. O número de ocorrências registradas pela Defesa Civil Estadual nos primeiros sete meses deste ano é menor do que aquelas contabilizadas no mesmo período de 2008.

No entanto, os números ainda assim são altos e preocupam os bombeiros: de janeiro a julho deste ano, a Defesa Civil somou 4.965 incêndios florestais em todo o Paraná. No mesmo período do ano passado foram 5.312.

O major do Corpo de Bombeiros no Paraná, Carlos Alberto Mascarenhas Machado, explica que não é somente o tempo seco e a falta de chuvas aliada à baixa umidade do ar – que contribui para as queimadas, mas também outros fatores que podem partir de cuidados da população, como por exemplo as queimadas irregulares em plantações, a soltura de balões e o cuidado em atividades turísticas.

“Nessa época do ano muitas pessoas fazem turismo em montanhas, no meio das vegetações e, por imperícia, fazem fogueiras e não as apagam adequadamente. Nessa situação a vegetação já está seca e ainda pode receber uma fagulha dessa fogueira e provocar um incêndio”, alerta o bombeiro.

A meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, Sheila Paz, informou que a taxa de umidade relativa do ar estava em 26% ontem, em Curitiba. “Geralmente temos mais focos de incêndio quando a taxa fica abaixo de 30%. Quando a taxa chega a menos de 20% é uma situação crítica, pois começam a aparecer os problemas de saúde decorrentes da baixa umidade”, comenta. A taxa no interior do Estado, onde ocorrem mais incêndios em vegetações – estava em 33%.

Outros fatores também podem contribuir para as queimadas, como cigarros acesos jogados na beira da estrada, atear fogo em terrenos baldios, ou mesmo um pedaço de vidro na mata, que aquece facilmente.

De acordo com os dados da Defesa Civil, as regiões onde mais ocorrem incêndios em vegetações são a noroeste, seguida pela região norte. No entanto, em Curitiba também há uma frequência desse tipo de ocorrência.

De janeiro a julho deste ano foram 544, contra 500 no mesmo período de 2008. Da mesma forma, na região metropolitana, o número de casos não é pequeno: foram 589 nos primeiros sete meses de 2008, contra 412 no mesmo período deste ano.

Nos próximos dias, a umidade relativa do ar deve aumentar em todo o Paraná, pois está prevista a chegada de uma frente fria amanhã, que trará chuva para todo o estado gradativamente.

Segundo Sheila, normalmente os períodos sem chuvas no inverno, no Paraná, chegam a sete dias, o que já é um tempo razoável para “secar” o ar. “No momento, além de não chover estamos recebendo uma massa de ar seco juntamente com calor, o que contribui ainda mais para a baixa umidade”, explica.

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