Incêndios colocam ambiente e saúde em risco

A ocorrência de um incêndio – como o verificado no final da semana passada na central de distribuição da empresa Mili, em Curitiba – gera muito mais danos do que a simples perda de bens materiais. A fumaça causada pela combustão de determinados materiais pode colocar em risco o meio ambiente e também a saúde das pessoas.

Quando o incêndio é de grandes proporções, é comum que seja verificada muita fuligem em áreas próximas ao local do fogo, o que geralmente dá às pessoas a sensação de que o ar está "pesado." "Em casos de incêndio, sempre há contaminação do meio ambiente", comenta o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues. "Tudo depende do que está sendo queimado, mas geralmente os gases nocivos vão para a atmosfera e posteriormente descem como chuva ácida, gerando impactos aos rios, afetando os lençóis freáticos, a flora e a fauna."

No que diz respeito à saúde, as pessoas que atuam no combate ao fogo, trabalham ou moram em áreas próximas ao local do incêndio podem ter o pulmão afetado por respirarem a fumaça. Segundo o médico pneumologista e chefe do laboratório de função pulmonar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), João Adriano de Barros, pode haver uma série de lesões pulmonares dependendo do material que é queimado.

"Tudo depende da sensibilidade da pessoa, de sua prédisposição genética e do tempo em que ela ficou exposta à fumaça", explica. "O contato com a fuligem pode resultar em uma rinite, até um quadro grave de edema pulmonar, com necessidade de internação em UTI. (Unidade de Terapia Intensiva). Os problemas podem aparecer tanto na hora quanto dias depois."

De acordo com o médico, o ideal é que, durante a ocorrência do incêndio, as pessoas se retirem dos locais mais próximos. Se não for possível, é indicado arejar bem os ambientes, beber bastante líquido e mesmo colocar baldes com água para umedecer o ar dentro de quartos e salas.

Bombeiros

Para prevenir incêndios e ao mesmo tempo evitar danos ambientais e à saúde da população, o Corpo de Bombeiros exige que as empresas, antes de obterem alvará de funcionamento, passem por vistoria. Durante o procedimento, são verificadas a rede fixa de hidrantes, a presença de saídas de emergência e a colocação dos extintores de incêndio.

"Essa vistoria deve ser repetida anualmente", afirma o tenente do Corpo de Bombeiros do Paraná, Leonardo Mendes dos Santos. "Também recomendamos aos empresários que, por iniciativa própria, realizem testes periódicos da rede de hidrantes. As saídas de emergência devem estar bem localizadas e desbloqueadas e a manutenção dos extintores de incêndio deve ser freqüente."

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