Para conviver em harmonia é preciso respeito e a regra serve também para o trânsito. Nos três cruzamentos que mais geraram acidentes com vítimas entre janeiro e abril, segundo estatística do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), o Paraná Online verificou que o maior inimigo é a imprudência dos motoristas.
O líder da lista é o da Rua Mariano Torres com a Avenida Visconde de Guarapuava, com sete vítimas, o que não significa mortes. De acordo com o engenheiro da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), Igor Rocha Santi, os acidentes acontecem muitas vezes por desrespeito à sinalização. “Os motoristas muitas vezes não respeitam a conversão obrigatória para a Visconde de Guarapuava quando estão na primeira pista do lado esquerdo da Mariano Torres”. Além de conversões proibidas, é comum presenciar carros parados na faixa de pedestres.
A vendedora Sandra Zorek, que trabalha na esquina, garante que a maioria dos acidentes ocorre com automóveis da mesma pista. “Toda semana tem acidente, duas vezes até. A maioria na Mariano Torres”, constata.
Curiosidade
O segundo cruzamento mais perigoso do ano é o das ruas João Negrão com Brasílio Itiberê, com seis ocorrências no ano. Neste caso a conversão obrigatória à esquerda também causa acidentes, mas existe outro fator curioso. “Aqui tem muito acidente no sábado pela manhã por causa do semáforo. Enquanto o sinal da Brasílio Itiberê com a João Negrão está fechando, acredito que pela proximidade, o motorista está de olho no da Brasílio com a Conselheiro Laurindo e passa reto no sinal que já está fechado”, relata o vendedor Gemuel de Assis, que trabalha na esquina.
O engenheiro da Setran conta que isso ocorre principalmente no sábado, por causa da mudança do regime dos semáforos neste horário. “Em alguns períodos os sinais mudam o tempo de duração. Diariamente às 16h e no sábado de manhã o sinaleiro da esquina com a Conselheiro Laurindo fica aberto enquanto o anterior já fechou. Mas isso pode ser arrumado. A Setran vai avaliar o caso”, relata Santi.
O terceiro colocado do ranking, o encontro das ruas João Bettega com Engenheiro Ariel Vilar Tacla, na CIC, vitimou cinco pessoas. Segundo Santi,” este lugar apresenta conflito grande, pois todas as conversões são liberadas e o pessoal provavelmente anda em velocidade alta”.
Soluções surgem a partir de análises do dia a dia
Duas vezes ao ano membros da Setran e do BPTran se reúnem para elencar os cruzamentos com maiores problemas seguindo os boletins de ocorrência e verificam os horários das colisões e padrões desses acidentes. A partir disso, são definidas medidas para melhorar o trânsito.
“Como exemplo, o cruzamento da João Negrão com a Sete de Setembro. Muitos motoristas usavam o tempo do sinal do pedestre para fazer a conversão cruzando a canaleta e batiam em pessoas, ciclistas e viaturas”, conta o engenheiro da Setran Igor Santi. Para solucionar isso, o conselho ampliou o tempo do sinal verde para os ônibus, que acabaram criando uma barreira para as pessoas que querem atravessar a rua sem que sejam surpreendidas com carros cruzando a canaleta.
Soluções assim surgem a partir das análises do dia a dia feitas pela Setran e pelo BPTran. Por isso é importante avisar as autoridades quando for necessário rever alguns pontos conflituosos em que ocorrem muitos acidentes. Uma das formas é ligar para o 156.
Allan Costa Pinto |
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Muitos acidentes na João Negrão com Brasílio Itiberê. |