Diretores de imprensas oficiais de todo o Brasil se reuniram ontem, em Curitiba, para discutir e trocar informações sobre as novidades que estão sendo aplicadas pelos órgãos, inclusive na área comercial e financeira. A IX Abio Técnica abordou como um dos principais temas a área de tecnologia digital em negócios públicos, como a certificação digital, o Diário Oficial online e o clipping eletrônico.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Imprensas Oficiais (Abio), Hubert Alquéres, um dos problemas da internet é a segurança das informações expostas. Os órgãos dos governos estaduais resolveram entrar nesse mercado e trouxeram dos Estados Unidos a tecnologia de certificação digital, que trará confiança para aquele que acessar esses dados. “É um processo muito sofisticado, que já está sendo utilizado em São Paulo e logo estará disponível em outros estados”, comenta Alquéres. Outra vantagem da certificação eletrônica seria a utilização da internet, para repassar documentos oficiais e informações do Diário Oficial. “Essa será uma boa fonte de recursos para as imprensas oficiais”, conta o presidente.
Além do meio eletrônico, os órgãos estão buscando cada vez mais uma certa independência. Foi-se o tempo que a imprensa oficial só servia para publicar o Diário Oficial do Estado. Atualmente, material gráfico para secretarias e livros são produzidos constantemente por elas.
A Imprensa Oficial do Paraná também foi tema de uma palestra durante o encontro. Segundo o diretor-presidente do órgão, João Formighieri, o governador Roberto Requião ordenou que todos os materiais a serem impressos para o governo precisam passar pela imprensa oficial, mesmo que o trabalho não seja feito lá. “A Imprensa vai ter de dar o parâmetro de preço desses serviços para manter um valor justo”, afirma.
A imprensa oficial paranaense já funciona como uma editora de livros. Para esse ano, a estimativa é lançar 20 publicações, com dois mil exemplares cada, de autores do Paraná. Esses títulos serão distribuídos gratuitamente às bibliotecas públicas do Estado. Todos os livros passam por um conselho editorial, formado pelas Secretarias de Estado de Educação e Cultura, Academia Paranaense de Letras, entre outros.
O próximo desafio para o órgão é editar livros didáticos para o sistema estadual de ensino. “O livro não vai custar mais de R$ 2, o que vai representar uma redução drástica dos custos”, explica Formighieri. De acordo com ele, devem ser produzidos 400 mil exemplares didáticos por ano.