Impasse no IAP pode prejudicar o turismo

Um impasse no pagamento das horas extras a funcionários do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) pode causar o fechamento das unidades de conservação do Estado nos fins de semana e feriados. O problema começou em novembro do ano passado, quando o governo do Estado limitou o pagamento de horas extras a 31 por mês. As horas excedentes passaram a ser compensadas.

A medida não agradou os funcionários das unidades de conservação, que encaminharam um documento às autoridades estaduais do Meio Ambiente e ao governador Roberto Requião, reivindicando o pagamento integral das horas extras, a contratação de novos funcionários e a formação de um corpo de guarda-parques do Estado, entre outras medidas. ?Queremos com isso abrir uma conversa franca com a direção do IAP e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente?, diz Juarez Cordeiro de Oliveira, representante dos servidores das unidades de conservação.

Segundo Oliveira, numa unidade com um funcionário responsável nos fins de semana e feriados são feitas em média 64 horas extras por mês. ?Um número maior de funcionários por unidade evitaria esse acúmulo de horas?, explica.

No entanto, o diretor-presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, ainda não tomou conhecimento do documento e lamenta que as reivindicações tenham sido divulgadas ao público sem ter havido oportunidade prévia de negociação. ?Infelizmente, o sindicato não tem nos procurado diretamente para conversar?, afirma Burko, acrescentando que a limitação no pagamento das horas extras é uma medida do governo estadual e não uma decisão isolada do IAP.

O Paraná tem 26 unidades de conservação abertas à visitação, que recebem mais de 150 mil visitantes por ano. São parques, estações ecológicas, reservas e outros espaços, entre os quais estão os parques estaduais de Vila Velha, do Guartelá, da Ilha do Mel e do Pico do Marumbi. Uma paralisação no atendimento aos visitantes nos fins de semana e feriados pode causar impacto na segurança, preservação e no turismo desses locais.

Os servidores deram um prazo até 29 de fevereiro para o governo estadual responder às reivindicações, seja atendendo aos pedidos ou apresentando soluções alternativas aos problemas. Caso isso não ocorra, os funcionários passarão, a partir de 1.º de março, a cumprir apenas a jornada prevista nos contratos de trabalho, de 40 horas semanais, de segunda a sexta-feira. Conseqüentemente, os parques ficariam fechados nos finais de semana e feriados.

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