As obras de revitalização e duplicação em um dos trechos da Estrada da Ribeira (BR-476), em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), estão paralisadas desde novembro do ano passado. Segundo a empreiteira responsável pelo lote, Copel e Sanepar precisam realizar serviços nas linhas elétrica e de água e, que sem isso, não há como continuar. Na última terça-feira, O Estado noticiou que a demora na conclusão do trecho – com deficiência na sinalização, má iluminação e ausência de locais para travessia segura da via – cria diversos transtornos para a comunidade que mora na região.
A revitalização, a cargo da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), do governo do Estado, acontece num trecho de 6,2 quilômetros, entre o trevo da Penha e o terminal Alto Maracanã, dividida em dois lotes de obras. Em um deles, que começa depois da ponte do Rio Atuba até o terminal, o trabalho continua, apesar de ser feito em ritmo lento. No outro, está totalmente parado. Um funcionário da construtura Viaplan, empresa responsável pelo lote paralisado, que pediu para não ser identificado, disse que enquanto a Copel não mudar a rede elétrica para fora de onde ficará o novo asfalto e a Sanepar não terminar a relocação de uma adutora que transporta água tratada, não há como o serviço ser finalizado.
A Copel informou que paralisou a recolocação dos postes a pedido da própria Comec, depois de já ter feito um terço da obra, sob pretexto de revisão do projeto, e que aguarda a definição do projeto para continuar.
Já a Sanepar informou que a obra está sendo executada pela Comec e, que no trecho da Viaplan, não foi prevista a intervenção na infra-estrutura urbana já instalada, como é o caso da adutora. A empresa disse que havia acordado com a Comec prestar assessoria técnica para relocação da adutora no lado a partir da ponte que separa os lotes, o que já está pronto. Já no lado esquerdo, de responsabilidade da Viaplan, ainda faltam cerca de 2,2 mil metros para serem remanejados. A Sanepar diz que aguarda a autorização da Comec para fazer esse serviço. Existem ainda informações extra-oficiais de que o pagamento da obra está suspenso.
A Viaplan iniciou a obra em meados de 2006 e o contrato do Estado com a empreiteira previa 300 dias para conclusão. O presidente da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira, foi procurado pela reportagem, porém, estava em viagem e não foi localizado. Mas em entrevista na última segunda-feira, admitiu que a revitalização da estrada só estará finalizada dentro de cinco meses. ?Precisamos lidar com outras entidades, como a Sanepar ou as telefônicas. E essas coisas atrasam o cronograma?, disse.
A revitalização custará R$ 17 milhões, e Pereira afirmou que não há problemas com os recursos destinados à obra. ?O governo do Estado está bancando 35% do valor e o restante vem do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social). O dinheiro está assegurado?, garantiu.
Secretaria sem informações
A Secretaria de Estado de Obras Públicas, que deveria fiscalizar todas as obras tocadas pelo poder estadual, informou que não tem informações sobre o andamento da revitalização da Estrada da Ribeira, pois só faz a fiscalização em municípios com os quais mantém convênios, que não é o caso de Colombo.
Porém, o órgão oferece o projeto De Olho na Obra, onde, através do site http://www.pr.gov.br/seop/deolhonaobra/, a população pode listar todas as obras de custo mais elevado bancadas pelo governo paranaense em andamento.
Na descrição do site, o texto diz que a iniciativa é um ?compromisso com a transparência e o controle social?. Segundo o texto, no endereço é possível obter informações sobre cronograma, orçamento e consultar os relatórios de vistoria sobre o andamento da obra, feito por engenheiros fiscais da Secretaria e do Departamento de Construção e Manutenção de Obras Públicas (Decom).
Mas estranhamente, as obras de revitalização da Estrada da Ribeira não constam no site. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, ?o site está sendo atualizado?. Até ontem, só era possível encontrar quatro obras do governo, em Colombo, listadas no endereço eletrônico, que não traziam nem cronograma e nem relatórios.