A família da criança N.L.S, 1 ano e 3 meses, portadora da síndrome de Down, que morreu ontem, por volta das 7h, em casa, em Curitiba, criticou a demora na emissão do atestado de óbito. De acordo com a família, o Instituto Médico Legal (IML) foi chamado às 8h para ir buscar o corpo da menina, e só chegou por volta das 12h30. Segundo a madrinha da menina, Juraci das Graças Ferreira, foram feitas mais de dez ligações, e eles sempre diziam que estavam a caminho. “Só vieram quando ameaçamos processa-los”, conta.
De acordo com Juraci, o IML dizia que a família devia entrar em contato com o médico que assistia a criança ou com o hospital, no caso, o Hospital de Clínicas (HC). “Quando a gente ligava para o hospital, eles diziam que era para falar com o Instituto, e quando falávamos com o IML eles mandavam a gente falar com o HC. Isso é um absurdo, não sabíamos o que fazer”, revolta-se Juraci. O tio da criança, Vanderlei de Lima Santos, ligou várias vezes para o hospital. “Ou não era atendido ou diziam que era para eu esperar pois estavam entrando em contato com os responsáveis”, conta.
Segundo o médico responsável pelo IML e diretor interino do instituto, Carlos Ehlke Braga Filho, é o médico ou o hospital que está tratando do paciente que deve dar o atestado de óbito. “Damos prioridade a mortes violentas e a pacientes sem assistência médica. Neste caso, a criança tinha um acompanhamento médico, por este motivo que insistimos para que a família entrasse em contato com o hospital”, conta Braga. Ele diz ainda, que se a família quiser fazer uma denúncia por causa da demora, é só ligar para o IML. “Aí vamos apurar a denúncia”, diz.
Já a assessoria do HC disse que, quando o paciente morre em casa, o hospital não tem a obrigação de dar o atestado, e sim o IML. “O hospital só dá atestado de óbito quando o paciente vem a falecer no próprio hospital”, informa a assessoria.