Sufoco

Impasse entre convênios e médicos prejudica população

Sobrou para os pacientes o impasse entre a classe médica e os planos de saúde. Enquanto os médicos cobram das operadoras reajustes nos pagamentos e estão se descredenciando dos serviços, os usuários sofrem com a dificuldade em agendar consultas e encontrar determinadas especialidades.

As reclamações chegam diariamente à Associação Brasileira dos Usuários dos Serviços de Planos de Saúde (Abra-Saúde), à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e também ao Procon-PR. São casos de consultas agendadas para um prazo que chega a meses de espera, recusa no atendimento por conta do descredenciamento e pelo limite de consultas determinado pelas operadoras de saúde, além de dificuldades na realização de exames e ainda reajustes abusivos.

“Recebemos reclamações de todos os planos de saúde”, relata a vice-presidente da Abra-Saúde, Fabiola Bechtlof. “Os pacientes contam que em um dia se consultam com um médico, mas quando voltam já tem outro profissional no lugar porque o especialista se descredenciou”, diz. Só neste ano, o Procon-PR prestou 344 atendimentos relativos aos serviços das operadoras, sendo que 26 se transformaram em processos administrativos. “O consumidor tem que reclamar”, orienta a coordenadora do órgão, Claudia Silvano. O cliente deve guardar uma cópia do contrato e ler o documento atentamente antes de assiná-lo.

Diante da relação delicada entre as operadoras e os usuários, a ANS lançou um guia de orientações. O plano pode fazer o descredenciamento desde que ofereça outro profissional para substituir a vaga, estando sujeito a multa caso o desligamento seja irregular. Além disso, o limite máximo para o atendimento em consultas deve ser de sete a 14 dias.