Uma briga entre a Prefeitura de Campo do Tenente, município do Sul do Estado, e a Associação de Proteção à Maternidade e a Infância (APMI) está prejudicando as crianças da cidade. A pré-escola João Paulo II, com capacidade para atender 90 alunos, ainda não abriu as portas este ano. Com isso, as crianças estão freqüentando salas super lotadas em outras escolas. As duas entidades não abrem mão em administrar a instituição, e o caso foi parar na Justiça.
A escola existe há cerca de 10 anos e sua administração sempre foi delegada para a primeira dama da cidade. No entanto, durante a gestão anterior, a APMI reorganizou o estatuto e passou o poder para a comunidade. Em novembro do ano passado foram feitas eleições e a nova administração assumiu este ano.
O atual presidente, Gilmar Lima, conta que já propôs um convênio com a Prefeitura. Eles atenderiam as crianças e cobrariam diariamente R$ 1,09 referente a cada aluno. O dinheiro seria usado para cobrir despesas com a alimentação e contas como as de água e luz. No final do mês seriam R$ 3 mil. Já os professores e funcionários seriam cedidos pelo município. Gilmar fala ainda que os valores poderiam ser reduzidos se o poder público assumisse algumas contas, mas eles não abrem mão é de administrar a instituição.
O atual prefeito, Reinaldo Afonso Pereira, questiona na Justiça a legalidade da mudança. O processo está em andamento na comarca de Rio Negro. Ele afirma que o terreno é da Prefeitura e toda a infra-estrutura foi construída e adquirida com recursos públicos, através de licitações. "Não vamos pagar aluguel para usar os bens que são da Prefeitura", fala.