| Foto: Chuniti Kawamura/O Estado |
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| Residências estão atrapalhando a finalização dos trabalhos. Motoristas que passam pelo local estão desorientados, sem sinalização. |
As obras inacabadas em uma das saídas do Contorno Leste para Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, estão causando transtornos aos moradores da área e também para os motoristas. Trata-se de uma alça de interseção entre a BR-116 e a PR-415, que teve de ser paralisada porque duas casas estão impedindo a finalização do traçado da via. Com a confusão das obras e a falta de sinalização no local, muitos usuários estão dirigindo na contramão, o que pode causar acidentes.
Com as construções bloqueando a passagem, os veículos passam por um desvio criado para chegar à estrada que vai até Piraquara, beirando os muros das duas casas. Luana Correia Botelho, filha do proprietário da primeira casa que está impedindo o término das obras, diz que a situação de sua família está indefinida há seis anos. Eles só saem da residência quando a indenização for paga pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). "Já nos chamaram algumas vezes, mas o dinheiro não tinha saído. Estamos aguardando a definição disso", afirma.
No final do ano passado, parte da pista foi asfaltada, o que diminuiu o barro na região. Além dos caminhões pesados que passavam por ali, os moradores tinham que se desdobrar para chegar em suas casas. "Há duas semanas eles colocaram brita na parte onde não foi asfaltada. Antes, era só barro. Nós tínhamos que dar uma volta enorme quando usávamos o carro. Às vezes, a gente deixava o veículo no outro lado da estrada e vinha a pé, vestindo botas. Mesmo assim, era barro até as canelas", conta a dona de casa Maria de Lourdes Oslicki Amaranti, que não vai precisar deixar sua casa porque ela está situada ao lado da pista.
Luana explica que, além de passar por essa mesma situação, ainda tinha que enfrentar um córrego criado para escoar a água do local das obras, alagando a frente da casa dela. Os moradores da região também sofreram com as várias derrubadas de postes de luz e telefone por caminhões que tentavam utilizar a saída do contorno para chegar a Piraquara. Somente poucos dias atrás é que os fios foram arrumados para evitar esse problema.
Maria de Lourdes ainda reclama da retirada dos pontos de ônibus da estrada que liga Pinhais a Piraquara e que é o ponto final da interseção, a PR-415, em função das obras. "Meu filho sai às 5h para ir até a faculdade e trabalhar em Curitiba. Ele tem que andar bastante até o próximo ponto", revela. Segundo a Urbs, a linha Piraquara-Pinhais, que passa no local, teve de ser seccionada por conta da ausência da trincheira, uma vez que o local é perigoso para a passagem dos ônibus. A promessa é que, assim que as obras terminarem, a linha volte a operar normalmente.
A reportagem procurou ainda os moradores da segunda casa que está atrapalhando a conclusão das obras, mas ninguém foi encontrado.
Contramão
As obras de saída e acesso ao Contorno Leste estão em andamento, mas as pistas não contam com sinalização, tanto vertical quanto horizontal. Isso está causando confusão nos motoristas, que freqüentemente acabam na contramão. Enquanto estava no local, a reportagem de O Estado flagrou dois carros que vinham de Piraquara, sentido Curitiba, entrarem na pista errada em uma bifurcação criada durante as obras, perto do viaduto do contorno. Nesse trecho, a estrada deixa de ter mão dupla para ter sentido único.
Alguns veículos utilizam a contramão intencionalmente. Em vez de pegar a saída que ainda não está finalizada, mas é transitável, um carro desceu na contramão no retorno que sai da estrada de Piraquara e sobe para entrar no Contorno Leste. Depois, o carro segue a viagem normalmente em direção à cidade da região metropolitana. "Tem que vir devagar porque está sem sinalização e o pessoal faz isso direto", aconselha Maria de Lourdes.
DNIT espera resolver problemas no local
O engenheiro supervisor Gilberto Massucheto, da unidade local de São José dos Pinhais do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), explica que as sinalizações nas pistas serão feitas em dez dias. A sinalização vertical (placas) já está pronta e basta colocá-la nas saídas e retornos.
Massucheto acredita que a sinalização deve corrigir o problema dos motoristas que entram com ou sem intenção na contramão. "Uma região em obras é sempre complicado. O usuário quer fazer o caminho que julga ser melhor para ele", declara.
Ele confirmou que as obras da saída do Contorno Leste para Piraquara foram paralisadas em virtude da localização das duas casas. A indenização para a família de Luana Correia Botelho está tramitando em Brasília. Massucheto comenta que a última notícia que teve sobre isso foi que houve um empenho no final do ano passado para que a situação se resolva logo.
Segundo o engenheiro, a segunda casa já foi desapropriada e indenizada, mas não houve demolição. Essa residência foi invadida e deverá ser desocupada. A previsão para o término das obras é 31 de março deste ano. (JC)
