O corpo do desenhista, ilustrador e artista plástico Cláudio Seto (Chuji Seto Takeguma), que faleceu aos 64 anos, vítima de acidente vascular cerebral, foi enterrado hoje, às 11h. Seto foi velado durante o domingo na Praça do Japão e, hoje, o corpo seguiu para o Cemitério Paroquial Colônia Orleans, em Curitiba, onde foi enterrado.
Seto deixou legado de fãs, que acompanharam seu trabalho em jornais e revistas. Dono de traços marcantes, o artista colecionou vários prêmios ao longo de sua carreira, tais como o de Grande Mestre do Quadrinho Brasileiro, o prêmio de Pioneiro e Mestre do Mangá no Brasil pela Associação Brasileira dos Desenhistas de Mangá e Ilustradores.
Inspiração
Para Ademir Vigilante da Paixão, amigo e cartunista, seus desenhos eram incríveis. “Ele sempre esteve à frente das tendências mundiais. No mangá, por exemplo, seus desenhos fizeram escola”, conta. “Sua especialidade era desenhar muito bem.”
O vínculo de Seto com as raízes do quadrinho japonês no Brasil renderam, ainda, diferentes homenagens neste ano, por conta do centenário da imigração japonesa. Em julho, ele recebeu o Troféu HQMix, a principal premiação da área de quadrinhos do país. A estatueta da premiação, dada a cada um dos vencedores, usou a forma do Samurai criado por ele na década de 60.
Além de Paixão, vários artistas da área têm os trabalhos de Seto como inspiração. “Sou fã incondicional de Seto, ele é como um mestre. Com poucas linhas, conseguia traçar uma caricatura perfeita”, diz a cartunista Pryscila Vieira.
Legado para gerações
Arquivo |
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Seto colecionou fãs. |
Seto era muito respeitado também na comunidade nipônica. “Ele foi um grande guru cultural da comunidade nipônica de Curitiba, nos deixou muitos legados”, diz o secretário municipal Rui Hara. “Há mais de 20 anos tinha ligações com Seto, ele sempre estava envolvido em inúmeras festas de integração da comunidade nipônica, tais como a Festa da Primavera e dos Imigrantes. Seu legado é muito grande”, acrescenta Hara.
Maria Helena Uyeda escrevia um livro sobre a imigração japonesa em parceria com Seto. “Não só a comunidade nipônica, mas todo o mundo perde um grande artista e uma grande pessoa”, diz. Uyeda acrescenta também que Seto deixa trabalhos que serão publicados em breve. “Seu último grande legado foi o livro que estávamos escrevendo juntos sobre a imigração japonesa no Paraná. Vou seguir exatamente o que ele pensou para o livro. Ele deixa muita história”, conta.
Atualmente, Seto trabalhava como ilustrador e chargista dos jornais Tribuna e O Estado do Paraná.