Representantes de associações de deficientes físicos do Estado e autoridades se reuniram ontem, em Curitiba, para discutir propostas à inclusão social de portadores de necessidades especiais.

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Durante o primeiro dia da 2.ª Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que termina hoje na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), serão elaboradas dez propostas a serem apresentadas na 2.ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Segundo a chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Justiça (que promoveu o evento), Mara Catarina Lopes Leite, a idéia é discutir os temas para que saiam do convencional. “As sugestões são importantes para que sejam implantadas políticas públicas para garantir os direitos dos portadores de deficiência”, ressalta.

Mara conta que algumas propostas são pleitos históricos, como a dificuldade de hospedagem em hotéis e lugares em ônibus de viagem, por exemplo. “São coisas simples para quem não sofre nenhum tipo de deficiência física, mas que fazem a diferença para quem precisa”, diz.

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Durante o discurso que abriu o evento, Mara sugeriu uma campanha de mídia para conscientizar a população. “As ações de inclusão do deficiente não podem ser feitas apenas pelo setor público. Por isso é preciso mudar a mentalidade das pessoas em geral.”

A coordenadora dos Direitos da Cidadania (órgão ligado à Secretaria de Estado da Justiça), Tamara Enke, conta que a conferência estadual aborda propostas em torno de cinco principais eixos: trabalho, reabilitação profissional, saúde, educação e acessibilidade.

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O evento também deve resultar na seleção de 44 delegados que irão representar o Paraná durante a 2.ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. “Serão 22 governamentais e 22 da sociedade civil organizada”, especifica.

Entre as autoridades presentes no evento, o senador Flávio Arns destacou a importância dos debates. “Falta organização dos poderes públicos para que os portadores de necessidades especiais possam transpassar as barreiras existentes, não só no sentido físico, mas também nos setores que efetivam a inclusão social.”

Para José Leite, portador de necessidades especiais e representante dos deficientes visuais no Conselho Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência, os deficientes deveriam participar mais de ações de planejamento das políticas públicas.

“Essas pessoas deveriam participar não só das conferências específicas sobre deficientes físicos, mas marcar presença em debates sobre saúde, educação e outros temas relevantes para a sociedade.”