A campanha do desarmamento desenvolvida pelo governo federal já recebeu mais de 5,8 mil armas no Paraná. Os números são da Polícia Federal, que é responsável pelo recebimento, triagem, pagamento da recompensa e destruição das armas. A partir de agora, a iniciativa ganhará um reforço na divulgação com o apoio das igrejas e órgãos de saúde.

De acordo com o superintende da Polícia Federal no Paraná, Jaber Makul Hanna Saadi, a proposta é que as igrejas divulguem a campanha e, em uma determinada data, equipes da polícia federal compareçam a essas localidades para recolher as armas: “A idéia não é que as igrejas recebem o material, mas que divulguem a campanha e a data para a entrega”, explicou.

O mesmo vai acontecer na área da saúde. “Queremos que a campanha seja divulgada em locais de atendimento como hospitais e unidades de saúde”, informou Saadi. A participação desse segmento se explica por ser onde a violência tem maior reflexo, com atendimento de mortos e feridos.

O superintendente destacou que a campanha vem superando as expectativas. Os números mais expressivos são da redução da violência. Só no Paraná os crimes envolvendo armas de fogo tiveram uma queda de 30%.

A campanha do desarmamento começou em todo o Brasil no mês de julho – o Paraná já adotava campanha semelhante desde o início do ano -, e prevê que o cidadão que fizer a entrega receba valores entre R$ 100 e R$ 300, dependendo das condições e calibre da arma. Antes do repasse do dinheiro, a Polícia Federal faz o cadastramento e perícia na arma para constatar se ela tem condições de uso. Depois, ela é desmontada e enviada para o Exército, que faz a destruição das peças.

Raridades

De acordo com o superintendente da PF, muitas armas recebidas faziam parte de coleções, como uma Mauser alemã, utilizada na 2.ª Guerra Mundial. Outra curiosidade é um revólver de quatro canos, que ainda não foi possível identificar a origem. Mas entre elas estão uma calibre 45, que é de uso restrito dos órgãos de segurança. Saadi ressaltou que a determinação é que todas as armas sejam destruídas, mas algumas peças raras poderão compor um museu. “Havia uma expectativa de que as armas novas poderiam ser utilizadas pela polícia. Essa situação foi descartada, porque o Ministério da Justiça está padronizando o armamento dos órgãos de segurança no País”, finalizou.

Crianças dão armas por pães

Uma campanha desenvolvida pelo Sindicato da Indústria da Panificação no Estado do Paraná (Sipcep) quer semear o espírito da paz entre as crianças. Para isso estará promovendo a troca de uma arma de brinquedo por seis pães. A troca poderá ser feita entre amanhã e sábado, em um ponto fixo, mas poderá ser estendida para todas as panificadoras de Curitiba.

A idéia, conta o presidente do sindicato, Joaquim Cancela Gonçalves, surgiu para marcar o Dia Mundial do Pão, comemorado em 16 de outubro. Mas teve grande repercussão entre os segmentos do setor, e poderá se tornar permanente. “Eu acredito que estaremos colocando uma sementinha de paz nas crianças, pois vejo todos os dias quando abro meu estabelecimento crianças com armas de verdade”, comentou.

A troca de armas por pão acontecerá na sede do Cietep – na Avenida das Torres, 1.481-, onde estará acontecendo uma série de atividades voltadas para a comunidade. Quem quiser saber mais ou se engajar na campanha pode acessar o endereço www.sipcep.org.br. (RO)

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