Religião

Igreja procura pretendentes ao sacerdócio

A Igreja Católica, que comemorou o Dia do Padre domingo passado, abordou a falta de interessados em assumir a carreira de sacerdotes no Paraná.

Segundo dados da Arquidiocese de Curitiba, o Paraná conta com 1,2 mil padres, porém, para alguns religiosos, esse número poderia ser três vezes maior.

Se comparado com o efetivo de sacerdotes de países da Europa, por exemplo, o número de padres no Brasil é bem menor.

Segundo o arcebispo da Diocese de São José dos Pinhais, dom Ladislau Biernaski, enquanto que no Paraná a proporção é de um padre para cada 12 mil pessoas, nos países europeus o número chega a um religioso para cada duas mil pessoas.

“O Brasil, como um país católico, deveria ter missionários espalhados pelo mundo, como é o caso de um missionário da Diocese de São José dos Pinhais, que cumpre missão no Timor Leste”, afirma Ladislau.

De acordo com o padre Luiz Gonçalves Knupp, do Seminário Santíssima Trindade de Londrina, há um surgimento de novas necessidades que exigem a presença do padre.

“Hoje há necessidade de serviços de apoio e evangelização em universidades, hospitais e até em penitenciárias. Por isso a inclusão de novos sacerdotes é bem vinda”, afirma.

Para Knupp, para se tornar padre é preciso que o seminarista conserve o desejo de servir a comunidade e estar convicto da vocação para o exercício do sacerdócio.
Para o padre Roberto Nentwig, quanto mais tarde o candidato optar pelo sacerdócio melhor. “É uma decisão pela qual o indivíduo deve estar maduro e convicto, pois ele abre mão de muitas coisas pela vontade de servir a Deus.”

Segundo Nentwig, entre adolescentes de 15 e 16 anos que estão concluindo o segundo grau nos seminários, a desistência passa de 50%, mesmo com o acompanhamento vocacional inicial que dura, no mínimo, seis meses. “Já a porcentagem dentre os que ingressam no curso superior de teologia, que são mais velhos, e se ordenam padres passa de 70%.”

Dificuldades

Outro ponto considerado um empecilho para o aumento de padres no Estado, segundo dom Ladislau, é a questão financeira. “Dependemos apenas do dízimo e de outras doações, por isso o nosso orçamento é enxuto”, diz.

Segundo Ladislau, a formação intelectual dos padres requer investimentos, que muitas vezes são subsidiados pela própria arquidiocese. “A formação do padre é constituída de cursos superiores, como Filosofia e Teologia, e muitas vezes a família do seminarista não pode pagar”, afirma.

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