Em época de altas temperaturas aumenta em cerca de 30% a quantidade de atendimentos a idosos desidratados em hospitais. É o que estima a seccional paranaense da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) sobre o que ocorre nesta época do ano com pessoas de mais idade. De acordo com os médicos, a desidratação é um dos principais problemas na terceira idade em dias muito quentes. Por isso, todo cuidado é pouco.
O presidente da seccional paranaense da SBGG, Rodolfo Pedrão, explica que os idosos podem sofrer com dois tipos de problema na temperatura corporal, independente da estação do ano: a hipotermia, que é a redução da temperatura; e a hipertermia, que é o aumento.
Esta última é mais comum no verão e pode levar à desidratação. O problema pode se agravar, segundo ele, se estiver associado ao uso de alguns medicamentos, como diuréticos ou anti-hipertensivos.
O médico geriatra do Frischmann Ainsengart, Clóvis Cechinel, lembra que o idoso já está predisposto a sentir menos sede do que os adultos. E é aí que mora o perigo.
“Enquanto o adulto jovem tem 70% de água compondo o seu peso, no idoso essa proporção é de 50%”, alerta Cechinel. Para adultos, a recomendação é a ingestão de dois litros de água por dia.
Já para os idosos, o ideal é um litro de água, sucos ou chás, mas em quantidades pequenas distribuídas durante o dia para não sobrecarregar os rins ou o estômago.
Os primeiros sintomas de desidratação são boca seca, olhos fundos, pressão arterial mais baixa e sensação de confusão mental. “Nesses casos o idoso pode até entrar em coma”, avisa o médico.
Pedrão diz que idosos que têm o hábito de se agasalhar mais podem sofrer reduções de pressão arterial mais rapidamente, e também sentir tonturas, que podem resultar em quedas e até fraturas.
Ele orienta que os idosos usem roupas mais leves, adequadas à temperatura, e façam exercícios físicos no início da manhã ou no final da tarde, quando o sol está mais fraco.