A procura pela vacina contra gripe foi grande durante todo o dia de ontem, em postos de saúde de Curitiba e região. Logo no lançamento da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, muitas pessoas com mais de 60 anos de idade saíram de suas casas especialmente para obter a imunização, que é oferecida de forma gratuita desde 1999.
Na capital, a abertura da campanha aconteceu na Boca Maldita, onde as doses contra o vírus influenza começaram a ser distribuídas às 8h. Duas horas depois, 375 pessoas já haviam sido atendidas e outras tantas formavam filas para receber uma dose. "A vacina não dói nada, não tem efeitos colaterais e pode garantir uma melhor qualidade de vida aos idosos", declarou o prefeito de Curitiba, Beto Richa.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci, desde que as vacinas começaram a ser fornecidas gratuitamente, o número de internações de idosos vítimas de conseqüências da gripe, como pneumonia, foram reduzidas em 30% na capital.
Para a supervisora de saúde do distrito sanitário da matriz, Maria Celi de Albuquerque, esta é a prova de que a vacina é eficiente e não provoca gripe, como muitas pessoas ainda acreditam. "Quem pega gripe depois de tomar a vacina é porque já está com o vírus incubado no organismo. A vacina leva de dez a quinze dias para produzir efeito e possui vírus mortos, incapazes de provocar a doença", explicou. A vacina só não pode ser tomada por pessoas que têm alergia à proteína do ovo, pois as doses são produzidas em embriões de galinha. Porém, a alergia é considerada rara.
Idosos
Entre as pessoas que estavam na fila esperando para tomar vacina estava a dona de casa Dilma Maria da Silveira, de 70 anos. Ela toma uma dose a cada ano e conta que há bastante tempo já não sabe mais o que é ter uma gripe. "Antes mesmo da vacina começar a ser dada gratuitamente, eu já a tomava. Sou diabética e não brinco com minha saúde. A vacina faz com que eu me sinta bem melhor", contou.
Já o aposentado Antônio Pereira, de 68 anos, toma a vacina há cinco anos. Desde que começou a sentir os benefícios, convenceu os amigos e familiares com mais de 60 anos a também aderirem à campanha nacional. "A vacina faz efeito sim. Desde que comecei a tomá-la, só peguei um resfriadinho fraco. Todo ano tomo e faço questão que minha esposa faça o mesmo".
Dados
No Paraná, em 2.250 postos de vacinação, a expectativa é de que no mínimo 604.100 pessoas venham a ser vacinadas (105 mil só em Curitiba), o que corresponde a 70% da população com mais de 60 anos de idade. Na campanha do ano passado, 87% dos moradores do Estado foram imunizados, o que representa um universo de 863 mil pessoas. Já a meta nacional é atingir 11 milhões de habitantes com sessenta anos ou mais, o que também eqüivale a 70% dos 15,7 milhões de idosos em todo País.
Para realizar a campanha, o Ministério da Saúde está investindo R$ 130,5 milhões, sendo R$ 118,6 milhões são na compra de 18,6 milhões de doses contra o vírus influenza, R$ 5,2 milhões na compra de 240 mil doses contra pneumococos, R$1,2 milhão na aquisição de 4 milhões de doses contra tétano e difteria e R$ 838 mil em um milhão de doses contra febre amarela. Além disso, integram o orçamento outros R$ 4,8 milhões, que estão sendo repassados para os estados e municípios realizarem ações de mobilização.
