Depois de mobilizar as crianças, a prefeitura de Curitiba agora busca a participação de idosos na nova estratégia de combate à dengue. Para isso, lançou ontem o projeto Agente Master, no Parque Barigui.
O Agente Master será uma grande gincana que pretende mobilizar em torno de 3 mil idosos da cidade, até 12 de junho, combinando atividades físicas, culturais, de lazer e de educação em saúde relacionadas à dengue e desenvolvidas especialmente para o público idoso. A ideia é aproveitar os grupos de idosos já formados em diferentes unidades da prefeitura, como na Fundação de Ação Social e na Secretaria Municipal de Saúde.
Durante a gincana, os idosos vão receber informações sobre a doença e percorrer domicílios próximos de suas casas para orientar e aplicar um check list com uma relação de possíveis situações favoráveis à instalação de criadouros do mosquito e que precisam ser eliminadas, como objetos e utensílios deixados a céu aberto, que podem acumular água da chuva.
“Temos que lançar mão de várias estratégias. Escolhemos o idoso para este projeto pela sua disposição, capacidade de comunicação com parentes, vizinhos e pela sua disponibilidade de tempo, uma vez que a maioria é aposentada”, diz a coordenadora do programa, Márcia Krempel.
A meta é fazer com que os participantes da gincana adotem no seu dia a dia comportamentos como o da cuidadora de idosos aposentada Olinda dos Santos Zacontrin, de 67 anos.
Moradora do Barigui da Estação, ela mantém todos os vasos de plantas da casa onde mora com areia nos pratinhos (para absorver a água e afastar a fêmea do mosquito), recolhe lixo da rua e orienta vizinhos descuidados para dar a destinação correta ao que eles querem jogar fora. “Até me chamam de chata, mas eu nem ligo”, conta Olinda, que será uma das multiplicadoras de informação sobre a dengue na nova atividade da prefeitura.
Dados
Nestes primeiros meses do ano, Curitiba já registrou e destruiu 39 focos do mosquito contra 37 focos em todo o ano passado. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o aumento no número de focos veio é decorrente do verão chuvoso. Há também na cidade, até agora, 19 casos importados da doença, ou seja, todos foram contraídos por moradores de Curitiba durante viagens. Ninguém morreu.
