A população do Paraná com mais de sessenta anos aumentou em 14% nos últimos 20 anos. De 1996 a 2000, a expectativa de vida das mulheres cresceu 2,7 anos e a dos homens 2,4 anos. Os dados apresentados na pesquisa do Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (Cedi), realizada no ano passado em 32 municípios paranaenses, confirmam a tendência de aumento de idosos. Mas será que esse representativo contigente de pessoas está tendo assegurado seus direitos ? “Não!”, responde categoricamente a presidente do Cedi e assessora da Coordenadoria das Políticas de Atenção ao Idoso da Secretaria de Estado da Criança e Família, Clara Blinder Guelmann. “O que se busca é um novo conceito de velhice, que contemple antes de mais nada a qualidade de vida.”
Ao contrário do que muitos imaginam, a velhice deve ser uma preocupação de toda a sociedade. “Todos devem lutar pelos seus direitos para envelhecer com qualidade de vida”, diz . Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que as pessoas com mais de 60 anos representam 15 milhões, 8,6% da população brasileira. E a expectativa é que em 2050, um quinto da população seja de idosos. O Paraná é o sexto Estado com maior concentração de idosos, ficando atrás de São Paulo, Minas, Rio, Bahia e Rio Grande do Sul.
Para Clara, a expectativa de vida das mulheres é maior porque mesmo depois da aposentadoria elas continuam ocupadas com atividades domésticas. Enquanto o homem tende a ficar em casas e, muitas vezes, caem em depressão. A longevidade, diz ela, aumentou por conta das melhores condições de saúde e sanitárias, com o acesso a exames e políticas preventivas de doenças. Mas o Conselho trabalha para que este envelhecimento ocorra de forma saudável e com qualidade de vida.
A mesma pesquisa realizada pelo Cedi mostra que a maioria dos idosos tem baixa renda. 81% sobrevive com dois salários mínimos. E ainda 78,5% são atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Diante disso, a saída para muitos seria continuar trabalhando, mas a baixa escolaridade também tem se tornado um empecilho. “Para engrossar a aposentadoria a única perspectiva é o trabalho, que muitas vezes é pago com salários muito baixos”, ressalta.