“A maioria da juventude não sabe como eles vieram pra cá, não sabe que vieram em uma viagem de 36 dias, num navio de péssima qualidade. As crianças acham que eles vieram de avião”, diz Hilda, que conta suas histórias para alunos da rede pública que visitam o bairro e também vai até as escolas. No encontro com os jovens, ela relata como foi a chegada dos italianos, as dificuldades que enfrentaram desde que desembarcaram no país até se estabelecerem no bairro.
Porém, mais do que contar as lembranças de seus antepassados, a atividade tem um significado especial para Hilda. Ela dá continuidade ao trabalho que seu filho, Edílson José Serenato, começou. Ele era apaixonado pela história da imigração italiana, mas morreu há seis anos. “Ele me chamava para ajudar nas apresentações e eu o acompanhava, mostrava as fotos. Aprendi com ele e depois que ele morreu, as escolas começaram a me chamar”, conta a nonna do bairro. Mais do que um trabalho ou uma distração, ela acredita que contar a história dos italianos é uma homenagem a seu filho.
Origem
O nome Santa Felicidade foi dado para homenagear a antiga proprietária das terras onde hoje está o bairro. Felicidade Borges vendeu o lote aos imigrantes e também os ajudou a dar início à nova vida. “Ela ficou com eles, os ensinou a fazer comida brasileira e curou as feridas causadas pelas picadas de bichos durante a viagem”, conta Hilda. Quando os novos donos das terras decidiram mudar o nome da localidade, até então chamada Taquaral, optaram por agradecer àquela que para eles foi uma verdadeira “santa”.
Mais informações pelo telefone (41) 3016-4458.