As pequenas manchas de coloração avermelhada encontradas anteontem nas praias de Atalaia e Cabeçudas, em Itajaí, e na praia de Armação, em Penha, são marés vermelhas da espécie Cochlodinium cf. polykrikoides. A confirmação foi feita na manhã de ontem pelo pesquisador Luís Proença, do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) da Universidade do Vale do Itajaí (Univáli). Essa é a terceira floração do ano identificada na região da foz do Rio Itajaí-Açu.
As marés vermelhas foram observadas primeiramente como pequenas manchas nas praias de Atalaia e Cabeçudas, por volta das 12h de anteontem. À tarde, com a chegada das amostras do programa de monitoramento ambiental na área de cultivo de Penha, verificou-se que a floração também estava presente naquela região. “É provável que esta nova floração esteja relacionada às mudanças climáticas, mas pelas condições oceanográficas, precisamos ficar atentos à uma sucessão com o potencial aparecimento de espécies tóxicas”, alerta Proença.
Mesmo com o alerta, o pesquisador ressalta que a espécie encontrada é um dinoflagelado comum na região e que não é nocivo a seres humanos, tampouco produz toxinas que possam ser acumuladas em invertebrados. “Os testes de rotina com amostras de moluscos cultivados na praia de Armação foram negativos”, tranqüiliza Proença.
Esse é o terceiro registro em três meses de florações de dinoflagelados na região da foz do Itajaí. Os outros dois registros de maré vermelha foram nos dias 30 de maio e 6 de abril, ambas em Balneário Camboriú. “Até então, nunca haviam sido observadas manchas causadas por dinoflagelados em Itajaí”, ressalta.
