Idade não atrapalha motociclistas

Conseguir emprego depois dos quarenta anos de idade é cada vez um desafio maior. Se esse emprego for numa área considerada de risco, a dificuldade cresce mais ainda. Em Curitiba, alguns motoqueiros estão contrariando essa teoria. Aproximadamente 10% do grupo de motoboys da Dex Delivery Express tem idade igual ou superior a quarenta anos.

Joaquim Rodrigues, de 51 anos, oito como motoboy, é um dos motociclistas de idade avançada. Ele contou que escolheu a profissão por gostar muito de motos. Outro motivo foi a oportunidade de ingressar numa nova profissão aos 43 anos. Rodrigues virou motoboy em 1994. “Trabalho porque me sinto bem. Ganhamos por produção e eu não fico para trás da gurizada”, salientou, destacando que o pior problema dos motoboys é quando chove. “Os motoristas também não costumam nos respeitar muito”, afirmou, contando que, em hipótese alguma se arrisca no trânsito para entregar uma encomenda antes. “Só sei a hora que saio daqui. A hora de chegar não posso prever. Não faço loucuras, pois pode ser pior para mim e até para a pessoa que espera pela encomenda”, comentou.

A prudência também é marca de Wilson Aureliano da Silva, 47, três como motoboy, mas motoqueiro desde a década de 70. Concordando que a profissão é arriscada, ele disse que “trabalha passeando”. Ou seja, não corre demais temendo sofrer qualquer tipo de acidente. “Não adianta correr desesperado, ou ficar costurando no trânsito. O ideal é chegar ao local seguro e com a encomenda intacta”, destacou. Para Silva, a chuva é mesmo a grande vilã. Ele disse que o frio é até suportável. “Mas a chuva não tem jeito. Principalmente para quem usa óculos como eu”, reclamou, destacando que nesses dias anda mais devagar e com o dobro da atenção.

Silva contou que um de seus três filhos também seguiu a profissão e trabalha na mesma empresa do pai. “É uma profissão que tende a crescer, já que agilidade na entrega é cada vez mais necessária”, previu.

Apostando na experiênia

O gerente da parte operacional da DEX, Marcelo Martins, destacou que os funcionários com maior idade dão bem menos trabalho. Ele lembrou que eles dificilmente se envolvem em acidentes e nunca faltam ao serviço. Coisa até comum entre os mais novos. “Tendo um grupo de pessoas um pouco mais velhas, além de darmos segurança aos clientes, trazemos para próximo dos mais novos exemplos onde eles podem se mirar”, sentenciou Martins.

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