O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é quem vai multar a América Latina Logística (ALL) pela contaminação do Rio Negro – na divisa entre o município catarinense de Mafra e o paranaense de Rio Negro -, já que o rio é federal. A informação é do presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, que confirmou que IAP e a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) também vão participar na definição do valor da multa. Rodrigues afirmou que a quantidade de óleo que caiu no rio é bem maior do que o anunciado pela ALL. Outro agravante na multa é a presença de óleo diesel.
Segundo Rodrigues, a Fatma detectou que cerca de 60 mil litros de óleo diesel e mais 120 mil litros de óleo vegetal caíram no Rio Negro após o acidente ferroviário de segunda-feira. A ALL minimizou o fato, afirmando que dez mil litros de óleo vegetal haviam vazado dos vagões e apenas dois mil litros teriam chegado ao rio. Ontem, a empresa mudou sua postura, afirmando que houve erro na informação passada e que não havia como precisar o quanto de óleo caiu no rio.
O presidente do IAP lembrou que após o sobrevôo feito por técnicos do instituto, na tarde de ontem, foi constatado que a situação estava controlada. A ALL informou que foram reforçadas as barreiras de contenção. Trinta técnicos da empresa, mais outros funcionários de duas empresas terceirizadas continuavam trabalhando no local para retirar o óleo. “Ontem (quarta-feira), o Ministério Público de Mafra havia embargado a retirada dos vagões, pois havia suspeita do sumiço de um deles. Hoje a retirada foi liberada”, destacou Rodrigues.
Conforme a ALL, todos os vagões que ainda estão com óleo serão lacrados para que se faça o cálculo correto de qual era a carga e de quanto caiu no rio. O embargo aconteceu, pois a empresa não havia conseguido apresentar a nota fiscal com a quantidade da carga. Inicialmente, a empresa imaginava que as notas estavam em Curitiba. Entretanto, elas foram achadas dentro de uma das locomotivas que tombou e estava cheia de terra.
A liberação da ferrovia que dá acesso ao Porto de São Francisco só deve acontecer hoje por volta de 20h30. A retirada dos vagões do acidente que aconteceu na quarta-feira, na mesma via férrea, ainda não começou.
Água
Os cerca de 80 mil moradores de Mafra e Rio Negro voltaram a ter água tratada ontem. Em Rio Negro, 60% do abastecimento já está normalizado. Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), até amanhã o abastecimento estará restabelecido em toda cidade, inclusive nas áreas mais afastadas e mais elevadas. Desde terça-feira, quando o óleo dos vagões do primeiro acidente atingiu o Rio Negro, afluente do Rio Iguaçu, a Sanepar e a Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina (Casan) interromperam a captação de água no rio.