Sujeira

Ibama investiga estação de tratamento de água

A Estação de Tratamento de Esgoto do Belém (ETE), gerenciada pela Sanepar, foi alvo de vistoria técnica, na tarde de ontem, comandada pelo Ibama, a pedido da Polícia Federal, para averiguar a situação da rampa, supostamente usada por caminhões limpa-fossa para despejar dejetos in natura no Rio Iguaçu. O superintendente do Ibama, Jorge Augusto Callado Afonso, afirmou que a rampa foi demolida. “A Sanepar está se adequando para que os caminhões despejem material somente dentro da estação. Até a comprovação que a irregularidade está sanada, a empresa pagará multa diária de R$ 20 mil”, informou. A rampa estava dentro da ETE do Belém. Em nota, a empresa informou que “mantém contrato com empresas de limpa-fossa, que despejam o esgoto coletado na estação, onde 100% do material é tratado”. Do lado de fora da estação, perto do Rio Iguaçu, a PF apreendeu caminhão limpa-fossa em processo de descarte de dejetos. A PF confirmou que o veículo não pertence à Sanepar. Três pessoas foram detidas e liberadas em seguida.

A Sanepar foi multada em R$ 38 milhões pelo Ibama com base nos dados da Operação Água Grande, deflagrada pela PF, na quinta-feira. A investigação resultou na prisão de sete pessoas em flagrante – seis motoristas de caminhões limpa-fossa, que estavam despejando esgoto, e o responsável pela ETE do Belém.

Denúncia antiga

O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente, está exigindo da Sanepar a descontaminação da água do Rio Iguaçu e reestruturação da Estação de Tratamento de Esgoto Padilha do Sul, em Curitiba. A ação civil pública de indenização por dano ao meio ambiente tramita desde 2010 e está no aguardo de julgamento, ainda sem data marcada. De acordo com a promotoria, o Instituto Ambiental do Paraná enviou ao MP-PR, em 2004, cópia de autos de infração ambiental que apontam o lançamento de dejetos líquidos no Rio Iguaçu fora dos parâmetros legais, na ETE Padilha do Sul.

Servidores da Sanepar promovem abraço simbólico no prédio central, hoje, às 11h, em repúdio às investigações da Polícia Federal. A intenção é demonstrar orgulho dos funcionários pela estatal.

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