O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) lançou nesta sexta-feira (27) o livro "Plantas aromáticas e medicinais: cultivo e utilização", como parte das atividades comemorativas de seus 36 anos. Os autores são o agrônomo Paulo Guilherme Ferreira Ribeiro, pesquisador da instituição, juntamente com o médico Rui Cépil Diniz, idealizador e coordenador do Programa Municipal de Fitoterapia de Londrina.
A obra apresenta uma compilação de informações obtidas em estudos na instituição e em publicações científicas. "Também buscamos o conhecimento popular, e algumas delas se confirmaram", conta o Ribeiro. De acordo com o pesquisador, o objetivo do Iapar com esses estudos é confirmar a adaptação e desenvolver tecnologias de plantio para as condições de solo e clima do Paraná, visando oferecer alternativas de cultivo comercial, especialmente para os pequenos produtores.
Com enfoque abrangente, o livro discute aspectos gerais da prática agronômica – como solo, clima e condução de culturas – e faz recomendações específicas para o cultivo de ervas medicinais, como planejamento da horta, seleção das espécies, plantio, manejo, colheita e secagem. Na parte dedicada ao uso, trata exaustivamente das formas de preparo, indicações terapêuticas e dosagens. Um dos pontos altos da obra é o capítulo que apresenta fichas com a descrição detalhada, ilustrada com fotos, de 64 espécies que podem ser cultivadas no Paraná.
Para Ribeiro, a participação do médico Rui Cépil Diniz ampliou ainda mais o alcance da obra. "O acréscimo de indicações médicas para uso das plantas torna o livro ainda mais útil para população", acredita.
Ribeiro conta que a obra é "consolidação de mais de 30 anos de pesquisas envolvendo plantas medicinais, aromáticas e condimentares". E faz questão de lembrar que esses trabalhos foram iniciados pelo agrônomo Milton Alcover: "ele coletou e introduziu inúmeras espécies e começou a coleção de plantas medicinais do Iapar", informa.
Alcover trabalhou no centenário Instituto Agronômico de Campinas e se transferiu para o Iapar logo que o órgão foi instalado, em 1972, onde se aposentou. Falecido em 1999, é um nome respeitado no meio pela contribuição que deixou à ciência agronômica brasileira. Em Londrina, foi homenageado pela Sociedade Rural do Paraná, onde dá nome a um centro de treinamento, e pela câmara municipal, que lhe concedeu o título de cidadão honorário da cidade.
