IAP vai notificar Sanepar sobre a Barragem do Iraí

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) deve notificar oficialmente amanhã a Sanepar, para que a empresa tome medidas de proteção à Represa do Iraí. A afirmação é do presidente do IAP, Rasca Rodrigues. Segundo ele, a floração das algas Anabena sp. e Microcystis sp. é resultado do aumento da oferta do fósforo nitrogênio, que serve de combustível para a proliferação das algas. “O esgoto da penitenciária e as pocilgas de criação de animais alimentam a represa”, afirma.

A opinião de Rodrigues é compartilhada pelo presidente da Câmara Técnica do Iraí, Edinei Bueno. “A situação da barragem reflete a degradação de toda a bacia. Problemas de esgoto, falta de coleta de lixo, presença de cemitério em área imprópria, criação de suínos, a presença da Colônia Penal Agrícola. Tudo contribui para esse estado de coisas que não vem de agora”, explica.

A Sanepar divulgou nota oficial ontem onde afirma ter feito o monitoramento da água da barragem em parceria com o IAP desde 99. “Nesse período foi definido o Plano de Recuperação da Qualidade da Água da Barragem do Iraí, composto por 33 ações, todas cumpridas integralmente pela Sanepar. Os níveis de células de algas registrados nas coletas realizadas no lago, durante esse período, vem variando de 17 a 52 mil. Porém vale ressaltar que a água do lago não entra direto na estação de tratamento. Antes disso ocorre uma depuração natural pela contribuição da água de outros rios no caminho que percorrem. Os resultados encontrados atendem a portaria 1469 do Ministério da Saúde”, diz a nota.

Desequilíbrio

Segundo a bióloga e mestre em Botânica Criptogâmica Nicole Brassac, as florações de algas são eventos comuns em lagos de baixa profundidade, principalmente no verão, com maior oferta de luz e mais facilidade para realização da fotossíntese. No entanto, segundo ela, o fato de uma espécie começar a se sobrepor as outras é indício de um desequilíbrio no ecossistema. “Se existem peixes morrendo, existe um problema grave. Mas só o laudo do IAP pode elucidar questões de toxicidade das algas.”

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