O governo estadual apresentou ontem, pela primeira vez, as áreas estratégicas que serão priorizadas na conservação e recuperação da biodiversidade no Paraná. As áreas incluem a recuperação das matas ciliares ao longo de grandes rios, como o Iguaçu, Piquiri e Ivaí, e as serras do Mar, da Esperança e de São Luiz do Purunã, que serão interligadas por meio dos chamados corredores ecológicos que devem ser preservados no Estado.
Com o mapeamento, a primeira fase em campo será na região da floresta com araucária, ambiente extremamente ameaçado no Paraná. Também foram incluídas no levantamento áreas de remanescentes de floresta nativa da região central do Paraná, nascentes de rios importantes, locais com grande diversidade de fauna e flora e áreas de floresta que podem ser conectadas a outros remanescentes florestais para construção desses corredores de biodiversidade.
“Com esse mapeamento iremos orientar sobre a localização mais adequada para novos parques ou estações ecológicas, por exemplo”, disse o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko.
Até agora, o Paraná não contava com um dos pilares para garantir a preservação ambiental, que é identificar as áreas que devem ser protegidas. “Não sabíamos o que era prioritário para a preservação”, admitiu o presidente do IAP.
As áreas estratégicas foram pensadas para transformar em corredores ecológicos a hoje fragmentada cobertura florestal do Estado, uma “colcha de retalhos”, com ilhas de vegetação nativa em meio a paisagens em que predomina o uso agrícola do solo.
Para minimizar esses efeitos, o IAP mapeou as áreas do Estado de modo a formar esses corredores ecológicos, que podem restabelecer os fluxos biológicos, propiciando deslocamento dos animais e dispersão da flora.
O IAP estuda mecanismos de preservação dessas áreas, como o pagamento por serviços da biodiversidade para proprietários que preservarem mais do que os 20% do território previstos pelas exigências legais e incentivos para o plantio e manejo sustentável de florestas nativas plantadas.
Proteção
O Paraná conta atualmente com 78 unidades de conservação estaduais e federais, além de ser o estado brasileiro que mais tem áreas particulares protegidas por meio das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), de acordo com o IAP.
No entanto, somente 2,41% estão efetivamente protegidas, como categoria de proteção integral (domínio público). A floresta com araucária, por exemplo, é representada por apenas 0,32% de Unidade de Conservação de Proteção Integral.
