Técnicos do escritório regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) no Litoral coletaram peixes e amostras de água, nesta sexta-feira (24), em cinco rios que deságuam na baía de Guaratuba. O trabalho, que contou com apoio de pescadores, tem como objetivo dar continuidade à investigação que começou na última semana para identificar a causa da mortandade de peixes na região.

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Desde o início deste mês, cerca de 150 peixes mortos foram encontrados na baía de Guaratuba. O IAP é vinculado à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Foram coletados nove peixes de duas espécies (tainha e parati), que foram encaminhados ao laboratório do IAP ? para analisar toxicidade por produtos químicos – e à Universidade Federal do Paraná (UFPR) ? que irá analisar toxicidade por produtos biológicos (como fungos e floração de algas). Os laudos apontando as prováveis causas da mortandade deverão ser concluídos em 15 dias.

Neste período, o Grupo Integrado de Agricultura (GIA) do Departamento de Zoologia da UFPR ? que atua no monitoramento do cultivo de ostras na região – também irá analisar os peixes e o resultados serão comparados aos demais laudos.

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Segundo o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, o IAP ainda não possui informações conclusivas sobre o que estaria causando a morte dos peixes. ?Enquanto não obtemos a resposta, já determinei a intensificação do monitoramento da região em busca de indícios da causa. Mas ainda não há um padrão nas espécies afetadas nem na região em que os peixes foram encontrados ? o que dificulta a identificação do que vem provocando a morte dos peixes?, comentou Rasca.

Durante uma operação realizada pelo IAP no último sábado (18), foram identificados cerca de 100 peixes mortos na baía de Guaratuba. ?Já no dia seguinte (domingo/19), os técnicos fizeram o mesmo trajeto e não encontraram nenhum?, disse o secretário.

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Primeiro Laudo

Na semana anterior, pescadores comunicaram ao IAP a existência de aproximadamente 50 peixes mortos na baía. Logo após a denúncia, os técnicos foram ao local indicado e coletaram peixes para encaminhá-los a análise no laboratório de Ictiologia do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR.

Este primeiro laudo, elaborado pelo CEM, analisou os peixes já mortos e apontou algumas características ? como a bexiga natatória estourada, provavelmente provocada por grande impacto ? que sugerem o uso de explosivos para pesca como uma das prováveis causas da morte. ?Mas o ideal é que as análises sejam feitas em peixes ainda vivos, moribundos. Por isso, fizemos essa segunda coleta hoje?, explicou o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko.

Monitoramento

A partir desta sexta-feira (24), seis rios que desembocam na baía de Guaratuba estão em observação. São eles: Goichuma, São João, Cubatão, Parati, Descoberto e Boguaçu. Com apoio do Batalhão de Polícia Ambiental, UFPR, secretaria municipal de Meio Ambiente de Guaratuba e pescadores, o IAP irá promover uma força-tarefa para identificar a causa da mortandade. ?Estaremos presentes nesses rios todos os dias, na busca de informações que possam ajudar a esclarecer a causa dessas mortes?, destacou o presidente do IAP.

Burko ainda disse que, conforme anunciado na última quarta-feira (22) durante o lançamento do sistema de videoconferência, o IAP irá lançar um projeto de gerenciamento costeiro que irá ampliar o monitoramento ambiental já realizado pelo Instituto na região. ?Em situações como esta, o projeto será de grande utilidade?, comentou.