O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) cobriu com lona os cerca de 12 mil quilos de terra onde foi constatada a presença do agrotóxico Hexabenzeno de Cloro (BHC), em Apucarana, norte do Paraná, na última terça-feira. Os técnicos do IAP garantiram que a presença do produto no local não oferece risco à saúde.
O agrotóxico está fora de embalagens, o que inviabiliza a identificação do fabricante. De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, já se sabia que o BHC se encontrava naquela área, mas não havia qualquer autorização para mexer no terreno.
“Vamos identificar o proprietário do terreno, o responsável pelo equipamento que manipulou a terra e descobrir qual a razão de mexerem em área que é monitorada pelos órgãos de meio ambiente e saúde pública há mais de 15 anos”, afirmou o secretário.
Segundo Rodrigues, as primeiras informações sobre a presença de BHC na região de Apucarana datam de 1991, devido à denúncia do então prefeito do município, José Domingos Scarpellini.
O secretário reconheceu que retirar o produto do ambiente tem um alto custo. São pelo menos 400 pontos de BHC em todo o Estado, principalmente em regiões cafeeiras.
“Estamos fazendo essa retirada paulatinamente. Semana que vem faremos visitas a esses locais para criar uma solução conjunta e resolver a questão”, completou.
O BHC é um inseticida criado depois da Segunda Guerra Mundial, tendo sido utilizado como arma química. O produto não degrada no meio ambiente e deposita-se no organismo por tempo indefinido.
“A intoxicação pode acontecer no contato com a pele, na ingestão ou na inalação do BHC”, explica Marlene Entres, médica do Centro de Controle de Envenenamento de Curitiba. Nesses casos, a pessoa pode ter convulsão, arritmia e parada cardíaca, além de alteração renal, hepática e com possibilidade de desenvolver câncer.