A informação não foi considerada alarmante: alguns pontos – no total, 6,8 quilômetros – dos 96 quilômetros de praia paranaense estão impróprios para banho. Porém, após a divulgação, a fiscalização sobre despejos diretos de esgoto irregulares ficou mais intensa no litoral do Estado. Na segunda-feira, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em parceria com a Vigilância Sanitária de Matinhos e a Sanepar, deu início a esse trabalho a partir do ponto que liga o Rio Matinhos ao mar. Subindo o rio ontem e chegando até o Rio da Onça, a verificação continua rumo ao Rio Caiobá hoje.
?Encontramos evidências e é ilegal. Os trinta metros do rio devem ser preservados?, afirma o presidente do IAP, Rasca Rodrigues. Segundo ele, no primeiro dia de fiscalização, seis propriedades com problemas com o esgoto foram localizadas. Ontem, foram outras 26. Os pontos de despejo encontrados são alertados sobre o que determina a lei e têm prazo para se adequarem. Caso o prazo não seja cumprido, eles são autuados de acordo com o tipo e tamanho do estabelecimento. ?Serão multados em, no mínimo quinhentos mil reais, além disso vamos entupir os canos?, alerta o presidente do IAP.
Segundo Rasca, o despejo irregular de esgoto é um problema que agrava a situação de balneabilidade das praias. A população, portanto, teria sua parcela de responsabilidade. ?É um descuido da população. Se há um projeto de caixa d?água para cinco pessoas, ela não pode atender mais de vinte. É óbvio que não vai suportar?, alega.
Ainda segundo ele, os moradores e donos de estabelecimentos comerciais podem fazer sua parte para melhorar as condições da água no Estado: alterando e melhorando os projetos de maneira que atendam a demanda que realmente tenham e secando as fossas sépticas já seriam melhorias. ?A rede está implantada (com 45% de atendimento), mas se não tiver ligações diretas não vai resolver. E se não secar as fossas também não adianta. Do jeito que está, o morador corre o risco de dar a descarga de manhã e, de tarde, ser atingido pelos resíduos, na hora que for tomar banho, porque o material deixou de ser coletado?, revela Rasca.
Guaratuba
De acordo com o presidente do IAP, esse trabalho de fiscalização já vinha sendo desenvolvido pela Sanepar, em Guaratuba. Rasca conta que ?mais de três mil residências continuam jogando seu esgoto em rios?.