Para garantir a tranqüilidade dos veranistas que foram em busca de descanso no Litoral, durante o feriado de Carnaval, seis equipes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) trabalharam 24 horas por dia, no monitoramento da poluição sonora em Guaratuba, Pontal do Paraná, Matinhos, Antonina, Paranaguá e Ilha do Mel. O valor total de multas chegou a R$ 25 mil e quatro equipamentos sonoros foram aprendidos.

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Foram feitas 558 medições para avaliar se o volume do som estava conforme prevê a legislação, 153 denúncias e reclamações sobre som alto foram atendidas e 105 estabelecimentos comerciais eram monitorados constantemente. Os técnicos abordaram mais de 149 veículos e 30 mil kits do sossego foram distribuídos. O kit continha lixeirinha de praia para pequenos resíduos, lixo para carro, boletim de balneabilidade e o Manual do Sossego.

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, conta que o manual ajudou a conscientizar veranistas e moradores. “A publicação contém informações e dicas para reconhecer a poluição sonora, doenças provocadas pela exposição ao som alto e os limites especificados na legislação”, explica o secretário.

Os níveis de emissão de ruído permitidos pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) após as 22h é de 60 decibéis. Durante o dia, a restrição é para acima de 70 decibéis. Em caso de ultrapassar o limite os comerciantes ou proprietários são notificados e, havendo reincidência, multados pelo IAP. Os níveis de poluição são medidos por um decibelímetro, aparelho que capta as ondas sonoras.

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Balanço

Em Pontal do Paraná o número de medições foi o maior: 380 vezes os técnicos utilizaram o decibelímetro para monitorar o som. Durante as quatro noites 25 veículos advertidos e 15 denúncias por som alto atendidas. Não houve nenhuma infração ambiental.

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O técnico do IAP e coordenador da poluição sonora na Operação Verão, Paulo Kursloop, explica que os comerciantes já eram orientados desde 19 de dezembro e que a reincidência agrava as multas emitidas. “Assim como temos casos de reincidência, temos casos de bares que foram multados em outras temporadas, se adequaram e não foram denunciados nenhuma vez nesta temporada. Demonstra o resultado do trabalho”, avalia Paulo.

Em Guaratuba foram realizadas 48 medições sonoras, 53 denúncias foram atendidas e o Manual do Sossego distribuído diariamente no Ferry Boat. Na sexta-feira (20), o bar “Ahbarzen”, localizado na Rua 29 de abril, foi multado em R$ 5 mil e os equipamentos eletrônicos foram apreendidos por reincidência e desrespeito a legislação ambiental.

“Desde 2003 estamos atuando de forma rigorosa para aliar o divertimento de uns, com o descanso de outros e isso é possível. Podemos dizer que o número de denúncias em Guaratuba caiu 30% este ano, se comparado a temporada anterior e atribuímos isso ao trabalho de conscientização”, disse Célia Cristina, coordenadora responsável pela fiscalização em Guaratuba.

Já a equipe de Matinhos atendeu 115 denuncias durante o carnaval – foi o município onde mais houve denúncias, realizou 130 medições e apreendeu três equipamentos de som automotivo. As multas foram de R$ 5 mil cada uma. O Manual do Sossego foi distribuído no posto da Policia Rodoviária, na Alexandra Matinhos.

“Tivemos muitas denúncias relacionadas a veículos que vieram de outros municípios e estavam incomodando moradores e veranistas com o som alto. A primeira medida é notificar e depois multar e apreender o equipamento, não havendo cumprimento à orientação”, explica José Franco de Morais, que coordenou a poluição sonora em Matinhos.

Na Ilha do Mel dois proprietários de estabelecimentos comerciais foram autuados devido ao som alto, um deles na Praia de Brasília e outro na Praia de Encantadas. O monitoramento do som, aconteceu, da mesma forma, 24 horas por dia e foi realizado por duas equipes do IAP.

Riscos

Entre os problemas causados pelo som alto estão a perda da capacidade auditiva, estresse, náuseas, dor de cabeça, insônia, úlcera, distúrbios visuais e até mesmo a redução da libido. Acima de 70 decibéis, o ouvido humano já começa a sentir os efeitos nocivos.

O número de pessoas que esteve no Litoral para passar o carnaval foi de 800 mil pessoas e a polícia se preparou e equipou para atender a população. O aumento do número de veranistas em relação ao Carnaval do ano passado foi de 11%. Só na Matinbanda, cerca de 150 mil pessoas acompanharam os trios elétricos. Na Caiobanda e na Guaratubanda, aproximadamente 300 mil pessoas participaram da folia.