O 10º boletim de balneabilidade divulgado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) nesta quarta-feira (18) apresentou resultados semelhantes ao da semana anterior. Entre os 43 pontos monitorados na orla, permaneceram próprios para banho apenas os dois pontos localizados no município de Guaratuba, na chamada Prainha e na praia de Caieiras.
Já entre os cinco locais monitorados nos rios, três pontos estão próprios para banho e dois locais impróprios. A mudança ocorreu apenas no rio Nhundiaquara, no centro de Morretes – que na semana anterior encontrava-se próprio e nesta última análise se tornou impróprio para recreação.
Rios e canais
A incidência de esgoto doméstico nos rios e canais do Litoral tem grande influência nos resultados da balneabilidade. Dados da Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) informam que no Litoral paranaense existem 157 rios e canais que deságuam no mar.
Segundo o oceanógrafo do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM), Flavio Antunes Miquelante, os dois pontos que permaneceram próprios nesta semana estão em regiões onde os rios e canais apresentam boas condições de saneamento. “Os dois pontos localizados na cidade e Guaratuba apresentaram nas últimas quatro semanas índices abaixo de 800 Escherichias coli (Ec) por 100 mililitros de água”, afirmou. Ele ressaltou que o aumento nos índices pluviométricos no Litoral também interferem negativamente na qualidade da água das praias.
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, explica que o trecho de praia que um destes corpos d\’água pode contaminar depende da concentração de pessoas na bacia hidrográfica, dos índices de atendimento das redes de coleta de esgotos, da inexistência ou manutenção inadequada de fossas sépticas (onde não há rede de coleta), das chuvas intensas e das variações de marés.
“Em períodos de estiagem, os esgotos lançados irregularmente ficam acumulados nas galerias e valetas ou empoçados em rios e canais. Durante e logo após chuvas intensas todo este esgoto é levado rapidamente para as praias, contaminando suas águas. Dependendo da intensidade das chuvas e do tempo de estiagem que as antecedem, podem contaminar trechos duas ou três vezes maiores do que o habitual”, reforçou Rasca.
Quanto maior a quantidade de esgotos na água, maior será a probabilidade desta conter organismos patogênicos (causadores de doenças). As mais comuns são gastrenterite, infecções nos olhos, ouvidos e garganta, e doenças de pele. Doenças mais graves também podem ser transmitidas através da água, como hepatite A, cólera e febre tifóide.
“Por isso, os banhistas devem respeitar as bandeiras que indicam a balneabilidade, instaladas na orla e, em caso de dúvida, procurar os técnicos que atuam nas barracas do IAP”, recomendou o presidente do Instituto, Vitor Hugo Burko.
Monitoramento
Os locais são classificados em próprios ou impróprios para banho pelo IAP, considerando as condições predominantes nas últimas cinco semanas. Para um local ser classificado como próprio, pelo menos 80% das amostras coletadas nas últimas cinco semanas devem apresentar até 800 Escherichias coli (Ec) por 100 mililitros de água. Será impróprio quando a última amostra apresentar mais de 2000 bactérias por 100 mililitros ou mais de 20% das amostras apresentarem acima de 800 bactérias por 100 mililitros.
Para orientar os banhistas, o IAP sinaliza as praias com barracas de cores diferentes indicando a qualidade das águas, assim como nas temporadas anteriores. Os locais em que o banho de mar não é recomendado são sinalizados com barracas vermelhas; já os liberados são sinalizados com barracas azuis. Além disso, 60 alunos da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão atuando como estagiários em todas as barracas de balneabildade, instaladas na orla onde informam aos veranistas os cuidados necessários para o banho de mar e os locais adequados.
A Secretaria do Meio Ambiente e o IAP também divulgam boletins em seus portais, nos endereços eletrônicos www.sema.pr.gov.br e www.iap.pr.gov.br.