IAP autoriza a limpeza de canais em Matinhos

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) liberou ontem em caráter emergencial a licença para a limpeza de valetas e canais que auxiliam o canal estravasor de Matinhos. No entanto, o canal principal não pode ser desassoreado porque as obras estão embargadas pela Justiça. A chuva forte que durou quase uma hora no final da tarde causou alagamento em algumas ruas do centro da cidade. Mas até as 19h não havia ninguém desabrigado. Segundo o presidente do IAP, Rasca Rodriguês, o departamento jurídico do órgão já está trabalhando para resolver o problema na justiça.

As obras foram embargadas no final de 1999 quando a Superintendência e Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) realizava obras de macrodrenagem. A ONG SPVS entrou na Justiça sob a alegação de que a empresa estava abrindo mais canais no local e provocando o alargamento de outros. A Justiça então decidiu paralisar as obras.

Rasca disse que a limpeza do canal, que começou a ser construído em 1958, não traz danos ao meio ambiente e precisa ser feita para evitar enchentes como a que ocorreu no final de semana passado, quando 150 pessoas ficaram desabrigadas e cerca de 3 mil casas foram atingidas. “Não vamos construir mais canais e nem alagá-los”, explica. O presidente do IAP fala que o canal recebe toda a chuva que cai serra, mas com o seu assoreamento parte d?água fica represada na parte baixa onde está a cidade.

Segundo o chefe da Divisão de Defesa Civil da Casa Militar, capitão Everon Cesar Puchetti Ferreira, todos os anos é necessário que seja feita limpeza porque o solo arenoso é facilmente removido para os canais. Ele sabe que as obras que estão sendo realizadas neste momento vão apenas minimizar a situação no caso de enchentes. Pás carregadeira, escavadeiras hidráulicas e caminhões caçamba trabalham em conjunto com a frota da Prefeitura.

Mais alagamentos

Depois de uma hora a chuva forte no litoral deu uma trégua. Mesmo assim, o Corpo de Bombeiros havia recebido três chamadas e as famílias foram deslocadas para a casa de parentes e amigos. Segundo Puchetti os canais da cidade estavam cheios, mas estavam dando conta do volume d´ água. Se não chovesse mais a situação logo estaria normalizada. Ele explicou que algumas ruas ficaram cheias devido aos problemas com as boca-de-lobo que estavam entupidas ou porque algumas desembocam nos canais, que já estavam cheios.

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