Lucimar do Carmo / GPP |
Técnicos do IAP coletaram material |
Uma tubulação de efluente com resíduos de processamento da soja da empresa Indústria de Óleos Vegetais Encopa, de Araucária (Região Metropolitana de Curitiba), rompeu e causou a erosão do solo ao lado de um córrego do município. O ribeirão deságua na Bacia do Passaúna, abaixo da represa de mesmo nome. De acordo com José Paulo Loureiro, da organização não-governamental Atmosfera, a razão provável para o estrago seria a alta temperatura do líquido despejado na água. Ele destacou que é proibido lançar efluentes com temperatura acima de 4ºC em relação à temperatura ambiente.
?Além de abrir uma cratera, a erosão arrastou árvores e arrebentou a contenção do efluente. A temperatura também ?matou? o córrego. Não tem mais vida aqui?, afirma. Loureiro explica que a extração do óleo de soja é feita aos 70ºC e seu resíduo deveria ser resfriado antes de chegar no ambiente, o que não acontece neste caso. Ele estima que 18 mil litros do efluente estejam atingindo o córrego por hora.
Loureiro afirma ainda que, se a erosão continuar, a rede de abastecimento do município pode ser afetada. Como a área atingida fica nas margens da Avenida das Araucárias, uma das principais do município e que recebe tráfego pesado constantemente, ainda há o risco da pista ceder.
Técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estiveram ontem na sede da indústria, vistoriando o sistema de lançamento de efluentes da empresa. Segundo os técnicos, nenhuma irregularidade foi encontrada. Uma medição constatou que a temperatura dos resíduos emitidos era de 25 graus, estando dentro do limite estipulado pela legislação ambiental, de 40 graus. Eles também verificaram o sistema de tratamento da empresa, descartando a possibilidade de lançamento clandestino de efluente ou desvio no sistema de tratamento.
De acordo com o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, na última semana a Encopa protocolou junto ao Instituto um projeto para ampliação da estação de tratamento. ?Estamos acompanhando de perto este processo que não apresentou irregularidade quanto ao tratamento de efluente industrial?, declarou o presidente. Em relação à erosão existente no local da emissão dos resíduos o IAP informa que é de responsabilidade da Prefeitura Municipal, que também utiliza a tubulação para passagem de água da chuva.