Húmus de lixo orgânico reciclado

Produção de adubo natural (húmus) com a reciclagem de lixo orgânico. Com essa proposta, o engenheiro civil e ex-professor da Universidade Federal do Paraná Renato Emílio Coimbra desenvolveu um dos projetos mais interessantes e produtivos dos últimos meses. Ele desenvolveu uma câmara que recicla o lixo orgânico (restos de alimentos, papéis, entre outros), onde milhares de minhocas transformam todo o material em decomposição em adubo natural.

Cada câmara conta com dois compartimentos fechados, com telas e sem fundo. Elas geralmente são colocadas nos terrenos. Todo o lixo armazenado é colocado em um dos compartimentos, juntamente com pouco de esterco de gado e cerca de 400 gramas de minhocas. Conforme o adubo vai sendo produzido, o lixo vai baixando e as câmaras podem ser novamente utilizadas.

Segundo Coimbra, um ano é o prazo máximo para que uma câmara fique totalmente cheia. Ele afirma que, devido à umidade do solo, o lixo e todo o líquido produzidos por ele vão sendo absorvidos pelo solo. “É um processo lento, mas que dá resultado. Hoje coloco menos da metade de lixo que colocava nas ruas há alguns anos atrás. Trabalho há dez anos nesse projeto e vejo que valeu a pena”, explica. “Se grande parte da população fizesse isso, a quantidade de lixo diminuiria e os problemas com reciclagem seriam bem menos complexos. É uma solução simples e estou trabalhando para que isso dê certo”, afirma o professor.

Alumínio e vidro

Outras câmaras estão sendo desenvolvidas. Nos primeiros casos foram usados blocos de concreto. Agora, alumínio e vidro também estão sendo testados. Um dos fatores que comprova o retorno da reciclagem é a utilização do adubo natural. O professor mantém um pequena plantação no quintal de casa e ressalta que tudo o que plantou cresceu com mais produtividade, como, por exemplo, um pé de couve que desponta grandes folhas. “Pode-se usar o adubo em plantações, jardins, pomares. O crescimento das plantas é garantido porque esse tipo de adubo é mais nutritivo, por contar com restos de frutas e outros materiais orgânicos”, completa Renato.

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