Valorização da vida e melhoria na qualidade dos atendimentos em hospitais públicos são os objetivos do programa de humanização hospitalar, discutido ontem em Curitiba, durante o 4.º Encontro Estadual de Humanização à Saúde. O evento reuniu representantes de grupos de humanização dos hospitais do Paraná, que integram o Programa Nacional de Humanização e Assistência Hospitalar (PNHAH), do Ministério da Saúde.
O coordenador do PNHAH para a região Sul, Eduardo Mendes Ribeiro disse que o principal objetivo do programa é conscientizar os profissionais sobre a prática do atendimento humanizado. “Queremos corrigir as distorções que existem nos setor, quando se investe na administração e tecnologia, mas se esquece da área humana, que são dos pacientes e funcionários”, afirmou. Ribeiro disse ainda que a partir desse ano as regras para os hospitais integrarem o programa mudarão, passando de seleção para adesão. Com isso, se espera aumentar a adoção da humanização na saúde pública.
Até o ano passado, o Paraná tinha 23 hospitais selecionados e dez voluntários integrados ao programa. De acordo com a chefe da Divisão de Normas Técnicas da Secretaria Estadual de Saúde e representante do Paraná no programa, Maria da Graça Ventura, a intenção é que todos os atendimentos hospitalares e ambulatoriais no Estado sigam a mesma filosofia.
Exemplos
O Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, é um bom exemplo, onde se destaca o programa Família Participante, que viabiliza a presença de um familiar ou responsável junto à criança 24 horas por dia durante a internação, inclusive nas UTIs. Com isso, conseguiram diminuir do período médio de internamento de quinze para cerca de cinco dias.
Outra iniciativa é o Família Feliz, que proporciona a participação de toda a família e amigos na recuperação do paciente. Dentro do programa Biblioteca Viva, capacita funcionários e voluntários para lerem livros para crianças e familiares.
O Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), implantou no ano passado várias ações de humanização. De acordo com a enfermeira do HC, Regina Célia Tanaka Nunes o principal foco é trabalhar nos ambulatórios, locais que são os campeões de queixas por pacientes junto a ouvidoria do hospital. Regina adiantou que será aplicado um questionário junto à clientela para levantar os principais problemas, e tentar melhorar o atendimento. Além disso, já desenvolvem o Núcleo de Assistência à Mulher, onde o marido participa do processo de recuperação das gestantes no hospital.