A ala psiquiátrica do Hospital Universitário de Cascavel (HU), no oeste do Paraná, reabriu ontem depois de ficar fechada por mais de 30 dias para obras. O local, que possui 17 leitos, teve de suspender o atendimento depois que pacientes quebraram portas, janelas e camas, e ainda agrediram médicos. Desde então, um acordo informal entre a diretoria do HU e o Ministério Público Estadual (MP) determinou o fechamento da ala provisoriamente. O HU passou a oferecer tratamento psiquiátrico em fevereiro deste ano, depois de decisão da Justiça, que alegou não haver outro hospital psiquiátrico na região.
O diretor do HU, Alberto Rodrigues Pompeu, explicou que foram feitas várias mudanças no mobiliário para tentar evitar novas revoltas de pacientes. As grades foram reforçadas e as maçanetas, que eram usadas como instrumentos de agressão, foram retiradas. As camas foram fixadas no chão e tomadas especiais foram instaladas. ?Não é próprio do nosso trabalho atendermos psiquiatria. Não queremos fazer do hospital uma prisão, mas tivemos de readequar algumas coisas depois que os pacientes se armaram e destruíram a ala?, observou.
Pompeu lembrou que o atendimento a adolescentes dependentes de drogas e com delinqüência dificultou o trabalho, o que culminou com o quebra-quebra. Por conta disso, a direção do hospital já havia solicitado ao MP que fosse estabelecido o perfil dos pacientes da ala, para evitar futuros problemas.
Durante esse período, o HU faria as obras. ?Começaram a mandar para o HU pacientes com desvios de conduta, o que dificultou o atendimento e provocou os problemas que tivemos?, comentou. Agora, com a definição do perfil, o HU poderá atender adolescentes com no máximo 18 anos e com dependência química, mas não em conflito com a lei. Segundo Pompeu, há profissionais suficiente para atender aos 17 leitos. Ontem, já havia dois pacientes previstos para a ala psiquiátrica.