Um acordo entre o Hospital Universitário de Cascavel e o Ministério Público suspendeu o atendimento da unidade psiquiátrica do HU por cerca de 30 dias. A ala será fechada na próxima segunda-feira, devendo ser reaberta após reforma e decisão da Justiça sobre o perfil do paciente a ser atendido no hospital.
?Fechamos porque nossa única psiquiatra pediu demissão e porque teremos que consertar os estragos feitos pelos próprios pacientes?, explicou o diretor do hospital, Alberto Pompeu. Tanto o pedido de demissão da psiquiatra quanto os estragos na unidade foram causados pelo fato de o hospital receber pacientes para os quais não estava preparado. ?O propósito de nossa unidade era a desintoxicação de crianças e adolescentes. Começamos a receber pacientes com distúrbios mentais graves e não tínhamos estrutura física para isso?, disse, lembrando o caso do paciente que chegou algemado ao hospital e teve constantes surtos, destruindo parte das instalações. ?Tivemos de recorrer à Polícia Militar em três ocasiões?, relatou.
Pompeu revelou que, durante os próximos dias, a direção do hospital estudará a legislação para elaborar uma proposta quanto ao perfil do paciente a ser atendido pela ala psiquiátrica do HU. ?Vamos cumprir a determinação da Justiça, mas se quiserem mudar o perfil dos nossos pacientes teremos de adaptar toda a estrutura física do hospital. Não somos um manicômio?, concluiu.
Por determinação da Justiça, o HU de Cascavel passou a oferecer 17 leitos para tratamento psiquiátrico em fevereiro deste ano por não haver nenhum hospital que tivesse tal serviço na região. No entanto, o perfil dos pacientes atendidos não foi definido, o que ocasionou os incidentes na última semana. Em uma reunião no Ministério Público (MP), a direção do hospital expôs as dificuldades, como a falta de funcionários, e pediu que fosse estabelecido um perfil para o atendimento. O MP solicitou a elaboração de uma proposta de atendimento por parte do hospital e concordou com a suspensão das atividades enquanto tais questões são resolvidas.