Amanhã devem começar as contratações em regime temporário dos trabalhadores demitidos do Hospital e Maternidade São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A previsão é da Secretaria de Saúde do município.
Enquanto isso, o clima é de indefinição e insegurança para boa parte dos 600 funcionários do hospital, mesmo com os esclarecimentos prestados pelo secretário municipal de Saúde, Alan César Diório. Na dúvida, muitos deles não apareceram para trabalhar nos últimos dias.
No entanto, Diório garante que o atendimento aos pacientes não foi interrompido nos serviços de urgência, emergência e alas de internação, embora admita que pode haver queda na qualidade do serviço durante esse processo de transição. “Estamos com os contratos novos prontos para começarem a ser assinados nesta semana. Eles vão valer desde o dia 2 de março e quem quiser continuar trabalhando conosco vai receber seu salário corretamente”, tranquiliza Diório.
As rescisões dos antigos contratos dos funcionários começaram a ser feitas na última quarta-feira e devem continuar pelo menos por mais cinco dias úteis, segundo estimativa do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), que está auxiliando os trabalhadores no processo.
“Oficialmente, todos os trabalhadores do hospital estão irregulares desde o dia 2 de março, quando a prefeitura assumiu o controle do serviço, já que os antigos contratos não valem mais e os novos contratos temporários ainda não foram feitos”, afirma o advogado do sindicato, Anderson Cunha Moreira.
Um dos questionamentos do advogado é sobre o valor das verbas rescisórias a ser pago aos trabalhadores. Na ação de desapropriação, a prefeitura depositou em torno de R$ 2,6 milhões pela área física do hospital, que é o recurso que está congelado. “Mas só de verbas rescisórias para todos os trabalhadores o valor é maior que R$ 12 milhões”, calcula.
Transição
A associação que mantinha o hospital funcionando entrou em processo de falência e por isso a instituição está passando para o controle do município. Desde o início do mês, a responsabilidade pelo atendimento é da prefeitura. As verbas trabalhistas e rescisórias de contrato só poderão ser pagas após determinação da Justiça.
Em Maringá, faltam leitos e profissionais no hospital universitário
(Mara Andrich)
Apesar dos recentes investimentos anunciados pelo governo do Estado para o Hospital Universitário de Maringá – com os quais será construído um bloco industrial no local – a instituição continua com falta de leitos e de profissionais.
O hospital, que dispõe hoje de 120 leitos, deveria ter pelo menos 300, pois realiza uma média de 12 mil atendimentos/mês. O déficit no número de servidores chega a 300 e, em setores onde deveriam trabalhar seis pessoas, há apenas dois funcionários. O setor de Imagem e o Administrativo já estão sendo construídos, além das obras do bloco industrial, que já foram autorizadas pelo governo do Estado.
Porém, segundo o diretor do hospital, José Carlos Amador, ainda não há previsão para as obras de construção do centro cirúrgico e das enfermarias, o que amenizaria o problema principal, que é a questão dos leitos. “Sem falar que essas obras demoram. Podem chegar a dois anos. Na quarta-feira passada havia 112 pessoas no setor do Pronto Atendimento, onde cabem apenas 31”, comenta.
Tudo isso prejudica o atendimento, segundo Amador, já que a instituição não presta serviços apenas para os pacientes de Maringá, mas também de municípios próximos, o que totaliza pelo menos um milhão de ,habitantes.
“O nosso problema é semelhante ao que ocorre em muitos outros hospitais. Mas no nosso caso a dificuldade é ainda maior porque trata-se de uma questão antiga. Nosso hospital foi projetado há 20 anos para ter 28 mil metros quadrados, mas continua com apenas nove mil. Como as cidades pequenas não têm investido em saúde, todos os pacientes vêm para cá”, relata.
No último dia 12, o governo do Estado autorizou várias licitações para a conclusão de obras de reforma e ampliação de hospitais, não só para Maringá, mas também ampliação de hospitais da zona sul de Londrina e para a construção do hospital regional de Telêmaco Borba. As obras de ampliação do Hospital Universitário de Maringá têm investimentos de R$ 3,9 milhões e prazo de execução de 300 dias.
O investimento total estimado, segundo o governo do Estado, é de R$ 16,9 milhões. O Hospital de Telêmaco Borba terá 161 leitos em área construída de 7,2 mil metros quadrados. A obra tem prazo de execução de 450 dias. Já a conclusão das obras do Hospital da Zona Sul de Londrina tem prazo de 360 dias e investimentos de R$ 4,4 milhões, segundo o Estado. As obras do Hospital da Zona Norte devem terminar em 420 dias, ao custo de R$ 5 milhões.