Saúde precária

Hospital em Tamandaré pode fechar as portas

O Hospital Nossa Senhora da Conceição (HSC), em Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), está com os dias contados. O motivo, falta de repasses de verbas do governo Federal. A alegação do governo Estadual, responsável pelo repasse de verbas é de que o Hospital não atenderia a determinações da Vigilância Sanitária.

A equipe do Paraná-online esteve no local e pode constatar que as afirmações feitas pelo secretário de Saúde do Estado, Michele Caputo não representam a realidade do Hospital, único da região.

Segundo o Caputo afirmou, os atendimentos realizados pela equipe de médicos não condiz com a realidade do município, e que os mesmos atendimentos poderiam ser realizados em qualquer Unidade Básica de Saúde do Município.

Mas não é o que pacientes atendidos pelo hospital informam. Segundo pacientes internados relatam, o Posto de saúde não apresenta as mínimas condições de atender.

Como o caso relatado por Sandra Mara Matozo, o filho dela, paciente especial, foi atendido no Posto Cachoeira e diagnosticado com problemas na garganta. Medicado o adolescente foi encaminhado para casa.

O paciente não apresentou melhoras, e a mãe foi então obrigada a procurar o Hospital. “Devo a vida do meu filho as médicos do hospital”, afirmou a mãe. O rapaz estava com uma infecção generalizada.

O HSC possui estrutura para internar até 285 pessoas, no entanto, o secretário Municipal de Saúde, Luciano Bugalski, afirma que só podem ser internadas na unidade hospitalar 86 pessoas.

Após inúmeras reuniões com representantes da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), e terem a promessa de que o repasse seria realizado pelo Estado, a Vigilância Sanitária Estadual (VSE) esteve no hospital e fez diversas notificações, todas prontamente atendidas pela administração do HSC.

Algum tempo depois, uma nova visita fora realizada pelos funcionários da VSE, e desta vez fora expedido um documento cassando o alvará sanitário do HSC. No relatório apresentado ao hospital, a que mais chama a atenção é a falta de uma técnica farmacêutica.

Motivo, também relatado no documento, é que a mesma havia pedido demissão. As outras “irregularidades” já foram resolvidas ou estão em processo de adequação pela administração do HSC.

A briga já é antiga, tanto que em 2008 dois funcionários administrativos chegaram a ser presos por conta de um erro de matéria. Um documento firmado entre a prefeitura e antiga administração do hospital, mais precisamente em 1985, nomeado contrato deveria na verdade ser um convênio. Por esse motivo os dois acabaram presos por 37 dias em uma delegacia do município.

A pedido de Caputo a administração do hospital entregou todos os documentos comprovando o número de atendimentos e internamentos realizados mensalmente na unidade.

Caputo prometeu auditar todos, uma vez que desconfia de irregularidades. Enquanto isso não ocorre, quem necessita do atendimento na unidade pode não ser atendido e com isso ter que recorrer a outras cidades da região.

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