Hospital de Tamandaré reabrirá em novembro

O único hospital de Almirante Tamandaré, fechado há mais de três meses, deve reabrir suas portas em meados de novembro. Pelo menos é essa a expectativa do cardiologista Luiz Fernando Kubrusly, que acaba de assumir o Hospital e Maternidade São Paulo, de propriedade particular. Na tarde de ontem, o Conselho Municipal de Saúde se reuniu para ouvir as propostas do novo arrendatário.

A estimativa do médico, que acumula a função de diretor do Instituto do Coração em Curitiba, é investir R$ 750 mil na fase inicial das obras. O hospital de Tamandaré está fechado por conta da intervenção da Secretaria Estadual de Saúde, que descredenciou o estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Quando se fala em hospital do interior, logo se imagina uma casa pequena, sem recursos. O que quero é mudar este conceito e fazer um centro de atendimento de medicina básica”, comentou Kubrusly. Segundo ele, o investimento inicial inclui a ampliação do hospital, de 1.200 metros quadrados para 2 mil metros quadrados, e a instalação de equipamentos. O atendimento à população deve começar em novembro, com a abertura de 30 leitos, a oferta de atendimento ambulatorial à emergência e um número contido de consultas. Na segunda fase, programada para seis meses depois de iniciada a primeira ? portanto, meados de maio de 2003 ?, deve acontecer a abertura do hospital antigo, totalmente reformado. As fases três e quatro ? previstas para o fim do ano que vem e início de 2004 ? estão programadas a implementação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de um centro de diagnóstico, além de um ambulatório amplo aberto 24 horas.

Em relação à possível falta de médicos no hospital, Kubrusly contornará a situação com uma medida simples: contratará quatro médicos colegas seus, cada um com uma especialidade – cirurgia-geral, obstetrícia, pediatria e clínica geral. “Cada um formará suas próprias equipes”, adianta o médico.

Outras prioridades

O secretário municipal da Saúde, José Carlos de Abreu, ofereceu, durante a reunião realizada ontem, irrestrito apoio ao novo arrendatário. Segundo ele, é interesse do município que o hospital reabra o quanto antes. “O hospital sofreu intervenção por não se enquadrar às normas da vigilância sanitária e por não cumprir questões técnicas. Os prejuízos ao município, no entanto, foram muito grandes”, comentou. Com relação a uma possível parceria entre a prefeitura e o hospital particular, o secretário salientou que agora não é o momento. “A rigor, a prioridade é a expansão da rede ambulatorial. Tamandaré apresenta um grande crescimento populacional ? dobrou o número de habitantes de 90 a 96. Inverter essa prioridade descobriria a rede ambulatorial”, defendeu.

Satisfação

O proprietário do hospital, médico Diniz Mehl Andrusko, também não escondeu sua satisfação com a reabertura. Ele contou que foi procurado por vários grupos interessados em arrendar o hospital durante o período em que ficou fechado, mas todos tinham dificuldade financeira em investir no estabelecimento. “Costumo dizer que saúde é uma questão muito séria e por isso tudo que se relacione a ela deve ser feito com todo cuidado. Não nego que haja dificuldades financeiras, mas o doutor Kubrusly mostrou interesse em adequar o hospital em tudo aquilo que necessita”, disse.

O Hospital e Maternidade São Paulo foi fundado pelo médico Diniz Andrusko em 1980 e atendia entre 2.500 e 3 mil pessoas por mês. Com o hospital fechado, a população de quase 100 mil habitantes está tendo que apelar aos postos de saúde ? oito no total ? e hospitais de cidades vizinhas, principalmente de Curitiba.

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