Hospital de Ponta Grossa fecha UTI que atende SUS

O Hospital Cidade, de Ponta Grossa, fechou ontem sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde janeiro, o hospital não recebe o repasse da Secretaria de Estado da Saúde. Com o fechamento da UTI do Hospital Cidade, os mais de 500 mil habitantes da região dos Campos Gerais, que dependem dos 49 leitos de UTI de quatro hospitais de Ponta Grossa, ficarão numa situação ainda mais complicada.

De acordo com o diretor-geral do Hospital Cidade, Antônio Roberto Mansur, a instituição – que é filantrópica e sem fins lucrativos – não consegue mais pagar suas contas e está no vermelho há tempos. ?Acumulamos um déficit de mais de R$ 600 mil nos últimos tempos. A UTI gera um custo mensal de R$ 90 mil e o faturamento que conseguimos nela, com pacientes particulares e de convênios, não cobre esses gastos?, explicou Mansur.

Apesar de não ter centro cirúrgico, a UTI do Hospital Cidade consegue aliviar um pouco a demanda por unidades de terapia intensiva em Ponta Grossa. Os outros três hospitais – Santa Casa, Bom Jesus e Vicentino – sempre estão com suas UTIs lotadas. A situação é tão complicada que, no fim da tarde de ontem, mesmo tendo fechado a UTI para atendimentos do SUS, o Hospital Cidade recebeu dois pacientes em situação grave.

Segundo a diretora-geral da 3.ª Regional de Saúde de Ponta Grossa, Lenir Monastirsky, em 2003 a Secretaria de Estado da Saúde firmou um acordo com o Hospital Cidade: o hospital montaria uma UTI com dez leitos e a secretaria garantiria o credenciamento do hospital junto ao Ministério da Saúde.

Para que a população pudesse usar os leitos da UTI enquanto o hospital providenciava a documentação necessária para o credenciamento junto ao SUS, a secretaria lançou mão de uma medida emergencial, repassando recursos através de pagamentos administrativos. ?Esse sistema não poderia ser adotado por muito tempo. No entanto, foram 13 meses assim. Tivemos que suspender o repasse porque o Tribunal de Contas não permite investimentos com recursos públicos em instituição privada?, explicou Lenir. A 3.ª Regional de Saúde informou que o hospital foi diversas vezes avisado do cancelamento do repasse em função da falta de credenciamento.

Mansur explicou que todo o atraso para credenciar o hospital se deu em função da demora no repasse de um laudo de regulamentação.

Ontem, a Vigilância Sanitária e uma equipe de médicos da 3.ª Regional de Saúde fizeram uma vistoria no hospital.

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