A Prefeitura de Matinhos resolveu fechar o hospital da cidade na madrugada de ontem. O argumento é que o município não tem condições de manter o atendimento sem a liberação de uma suplementação orçamentária no valor de R$ 1,7 milhão, que precisa ser aprovada pela Câmara de Vereadores. Na quinta-feira, um grupo de funcionários ocupou a Casa para pressionar os parlamentares a aprovar o pedido. Os vereadores marcaram para hoje uma sessão extraordinária para discutir o assunto.
O secretário de Saúde de Matinhos, René Galiciolli, disse que sem os recursos o hospital não tem condições de manter as portas abertas. “Por isso, às 2h nós decidimos manter apenas os atendimentos emergenciais”, falou. Os demais pacientes estão sendo encaminhados para Curitiba. Segundo Galiciolli, a unidade atende uma média de 140 pacientes por dia, sendo as maiores demandas ginecologia, pediatria e ortopedia.
Do total do valor da suplementação, 80% seriam destinados para a manutenção e funcionamento do setor de saúde – principalmente o Hospital Municipal e pagamento dos funcionários da Cooperativa de Saúde e Saneamento do Litoral do Paraná (Cosslip), que presta serviços terceirizados para o município, e estariam com os salários atrasados. Os restante dos recursos seriam destinados para serviços como a coleta de lixo, dragagem de canais, limpeza de vias públicas e combustíveis.
O presidente da Câmara de Vereadores, Álvaro Rodrigues de Jesus (PSL), afirma que a suplementação ainda não foi apreciada pela Casa porque faltam informações suficientes sobre a real necessidade dos recursos. “A Prefeitura não apresentou uma prestação de contas dessa suplementação”, falou. Na quinta-feira, apenas quatro dos onze vereadores apareceram na Câmara, o que impossibilitou a realização de uma sessão. Por isso, o presidente convocou para hoje, às 9h30, uma outra sessão. Mas ele já adiantou que o pedido da Prefeitura será rejeitado, e será apresentada uma emenda para que sejam liberados apenas recursos suficientes para pagar os servidores da Cosslip.
