Outro gargalo na saúde do Paraná, de acordo com o relatório da CPI dos Leitos do SUS (Sistema Único de Saúde), está nos hospitais regionais. Inaugurados na gestão passada do governo estadual muitos têm problemas graves e não tem condições de operar plenamente, denuncia o relator, deputado estadual Marcelo Rangel (PPS).
A situação crítica do Hospital Regional de Ponta Grossa, inaugurado em março de 2010 é um exemplo. Durante a visita feita na instituição os deputados encontraram falhas na estrutura e de projeto e a instituição praticamente sem condições de atendimento.
Em maio deste ano uma auditoria realizada pela Secretaria de Estado da Saúde já havia apontado que o hospital apresentava custo mensal equivalente a mais de dez vezes o custo-referência do segmento; falta de pessoal e de equipamentos essenciais para o funcionamento, projetos mal elaborados – que resultaram em falhas como a colocação de degraus na entrada de enfermarias – e problemas de material e execução, que causaram o descolamento de pisos na primeira lavada.
Durante a visita que os deputados fizeram ao hospital, em junho, Rangel afirma que dos 192 leitos que deveriam atender aos pacientes da região dos Campos Gerais, apenas 16 estavam em operação. “As questões relacionadas à construção deste hospital é caso de polícia.”
O deputado conta que, mesmo sem condições de atender ao público com toda sua capacidade, o hospital mantém 700 funcionários lotados. “Imagine o tamanho do prejuízo”, reclamou.
A diretora do hospital, Scheila Mainardes, afirma que a situação está sendo resolvida aos poucos. Segundo ela, atualmente o hospital dispõe de 40 leitos em operação, sendo 12 Unidades de Terapia Intensiva. A diretora explicou que a reforma está sendo feita em duas etapas. A primeira deverá ampliar o total de leitos para 88.
Já para que o hospital opere com toda a capacidade ainda será preciso realizar uma licitação para a compra de equipamentos. A diretora também afirmou que quando os deputados visitaram o hospital havia apenas 28 leitos disponíveis. “Naquele momento não tínhamos condição de funcionamento mesmo”, declarou.
Mas ela afirma que boa parte dos problemas já foi resolvida, como a correção dos equipamentos e substituição dos pisos da UTI. “Antes tínhamos uma situação estrangulada, que agora já está administrável, com 50% da ocupação dos leitos da UTI”.
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