Quem precisou dos serviços do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) nos últimos dias teve que fazer um longo exercício de paciência. As filas para atendimento nas unidades do centro de Curitiba e do bairro Tarumã têm sido enormes.
Na última terça-feira, as pessoas que procuraram o posto central do órgão esperaram por até seis horas para serem atendidas. Sem falar que muita gente teve que aguardar sentada no chão, sem qualquer previsão de horário de atendimento.
Foi o caso da funcionária pública Soraya Brandão de Proença, que procurou o Detran na última terça-feira para renovar sua carteira de habilitação. Ela chegou ao posto central do órgão – localizado na Rua João Negrão – por volta das 10h30, mas só conseguiu atendimento às 16h.
“Comecei a reclamar e os funcionários diziam que não podiam fazer nada. Depois de muita discussão é que fomos atendidos”, contou. Soraya disse ainda que ouviu ironias de alguns funcionários que lá estavam.
“Uma delas chegou a dizer que se não fôssemos atendidos até as 18h teríamos que voltar no próximo dia, um absurdo. Eu não admiti ser tratada daquela forma”, relatou.
A funcionária pública contou ainda que um policial militar foi chamado para contê-la. “Chegaram a comentar que iriam rever a forma de conceder carteiras de habilitação por causa da condição emocional de algumas pessoas”, disse. Outras pessoas, que preferiram não se identificar, relatam que esperaram por até quatro horas para serem atendidas.
A assessoria de imprensa do Detran-PR informou que é comum o aumento no movimento nesta época do ano, quando muitas pessoas estão em férias e recebem o 13.º salário. Ainda segundo a assessoria, 82 funcionários novos foram contratados em novembro e outros 37 serão contratados nos próximos meses.
Mas um dos principais agravantes da situação é a mudança na legislação. A partir de 1.º de janeiro começa a vigorar a Resolução 285, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que prevê algumas mudanças para a obtenção da carteira.
Dessa forma, muita gente está procurando o órgão antes da mudança. Entre as novas exigências estão a modificação da carga horária das aulas práticas e teóricas – passando de 30 horas/aula para 45, no caso do curso teórico e técnico, e de 15 horas/aula para 20 horas/aula na prática, por exemplo.