Começa neste fim de semana, à meia-noite de sábado, a 29.ª edição do horário de verão brasileiro, que vai abranger o Paraná e mais dez Estados ? além do Distrito Federal. O novo horário vai vigorar até 16 de fevereiro de 2003, quando o dia terá 25 horas, incorporando a devolução dos 60 minutos que serão suprimidos agora.
Segundo a coordenadora de operação do sistema elétrico da Copel, Ana Rita Mussi, a adoção do horário de verão tem como objetivo produzir uma folga na operação do sistema elétrico durante o período crítico do dia, o chamado “horário de ponta”, que vai das 18h às 21h. Isso acontece porque a alteração artificial de horário faz com que o pico de consumo das diferentes classes de usuários (residências, comércio, indústrias e iluminação pública) aconteça em horários diferentes, diluindo a demanda máxima coincidente. “Normalmente as pessoas saem do trabalho e vão para casa. Aí temos um pico porque todos vão ligar uma televisão, um rádio e tomar banho. No horário de verão algumas pessoas demoram para ir para casa. Aproveitam para passear e só vão gastar aquela energia mais tarde promovendo uma alteração de pico”, explica.
Segundo ela, o ganho do País no horário de pico é estimado em algo como 3% ou 1.500 megawatts. Isso equivale a uma vez e meia maior a potência necessária ao atendimento do consumo de toda a Região Metropolitana de Curitiba ? a capital ? deixando de transitar pelo sistema elétrico durante o horário de ponta. “Essa folga no sistema nos permite fazer reparos em algumas usinas, que antes não poderiam ser feitos. Afinal, dentro da normalidade, temos de trabalhar com o máximo de casa usina”, afirma Ana.
Como conseqüência, a adoção do horário de verão traz consigo uma economia no consumo de energia elétrica decorrente do menor tempo de uso dos sistemas de iluminação artificial, basicamente. Em termos de Brasil, a redução estimada durante todo o período do horário de verão é de 0,9% – ou 1,1 milhão de MWh, o que daria para alimentar todas as residências de Curitiba por dez meses.
Paraná
No Paraná, a expectativa da Copel é de que haja uma redução de 4% nos níveis de demanda do seu sistema durante a ponta ? ou 150 megawatts, o correspondente à carga necessária ao atendimento da cidade de Londrina, onde existem quase 160 mil ligações elétricas atendidas. Já a economia de energia resultante do maior tempo de luminosidade natural durante todo o período do horário de verão deverá ser de 1% ou 60 mil MWh, o equivalente à metade do consumo residencial mensal de Curitiba.