O fato de que a expectativa de vida de homens e mulheres ao redor do mundo está aumentando conforme os anos vão se passando não é novidade. Mesmo assim, até pouco tempo, parecia impossível que uma geração inteira pudesse chegar à casa dos cem anos. No entanto, esse futuro distante pode estar mais próximo do que o imaginado. Pelo menos metade das crianças nascidas a partir da segunda metade da década de 1990 deve chegar a essa idade quando idosos.

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Esta é a tese defendida pelo neurocientista e geneticista italiano Edoardo Boncinelli, estudioso do assunto. “A cada ano que passa, a vida está se alongando cerca de um trimestre, em um ritmo incrível. Desta forma, rapidamente chegaremos a um estágio no qual os idosos chegarão facilmente aos cem anos”, explica. De acordo com ele, não se trata de uma mudança genética, mas uma alteração causada por dois fatores: a diminuição da mortalidade infantil e o prolongamento da vida dos idosos pelos medicamentos.

Para ele, são duas as principais conseqüências dessa mudança. “Em primeiro lugar, existe a questão econômica, pois os governos têm que sustentar essas pessoas com pensão por mais tempo, apesar de a mão de obra estar reduzindo. Também há um problema psicológico. É preciso criar motivações para esses idosos para evitar problemas futuros”, avalia. Desta forma, ele acredita que é necessário que haja uma mudança radical na sociedade, incluindo os sistemas de saúde e educação. “As escolas precisam preparar as futuras crianças para que respeitem os futuros idosos”.

 

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