Bonato lembra que o fascínio por aviões começou com seis anos de idade, quando viu pela primeira vez, no céu de Colombo, um avião a jato cruzar o céu “bem baixinho”. “Eu estava em um campo repleto de capim pico-pico e comecei a notar as semelhanças entre o formato da planta com o modelo do capim e disso fiz o meu primeiro aviãozinho”. Anos depois, a família se mudou para o bairro Bacacheri e a vizinhança com o aeroporto serviu para ele aprender tudo que sabe sobre aeromodelos e aviação.
Integrante de uma família humilde, que vivia da lavoura, ele nunca ganhou brinquedo, apenas em sonhos. “Meu primeiro aeromodelo foi adquirido aos 12 anos, depois de engraxar muitos sapatos no centro da cidade para conseguir a quantia certa para comprá-lo. Só que ele quebrou em uma semana de uso, porque o material usado normalmente é madeira-balsa, que é frágil”, explica. “Mas eu não me dei por vencido e decidi consertar o aeromodelo. Consertei e descobri o mecanismo de funcionamento e, a partir disso, comecei a fazer os meus próprios aviões com materiais cada vez mais elaborados e resistentes”, acrescenta.
Mas a decisão de abrir o próprio negócio veio bem depois, devido a alguns sinais que o encorajaram. Ainda criança, ele teve um sonho com o Papai Noel apontando para uma estante repleta de caminhonetes de brinquedo do modelo Rural, mas quando acordou, chorou muito por não ser a realidade. “Minha decisão de começar esse negócio foi porque vi a mesma estante em um barracão. Esse foi o primeiro sinal que recebi de Deus, depois um pastor fez uma revelação que me motivou ainda mais”, afirma.
Apesar dos altos e baixos de qualquer negócio, ele segue acreditando que vai deixar um legado para seus três filhos. “Já consegui comprar um carro com a venda dos aviões e tenho vários projetos, inclusive, de dar aulas para crianças aprenderem a fazer o próprio brinquedo”. Além da brincadeira em si, a escola ajudaria a melhorar a formação dos interessados. “As aulas certamente vão despertar o interesse das novas gerações por tudo que envolve as ciências aeronáuticas. Também devem reforçar conhecimentos sobre disciplinas de matemática e física”, aponta.
Feito pra durar
Baseado na própria experiência com o primeiro aeromodelo, Bonato segue em busca permanente por materiais mais resistentes para tornar seus aviões de brinquedo cada vez mais resistentes. “De tanto pesquisar cheguei ao Depron, um material que resiste a quedas violentas sem quebrar”, garante. A parte que desgasta é o látex usado na hélice e que garante o voo, mas o produto conta com assistência permanente. “Garanto o reparo para que a brincadeira nunca termine”. Além dos dois modelos que ele comercializa – o Depron com adesivo holográfico e o composto – Bonato criou uma terceira linha mais simples, um modelo planador, que custa três vezes menos para estender a brincadeira a todos. “O voo do planador funciona feito um estilingue”, compara.
Os modelos Depron podem voar na horizontal até uma distância que varia de 60 metros a 120 metros. Para fazer voar é preciso virar a hélice no sentido horário e torcer o elástico até um limite de 50 voltas. Po,r fim, solta-se no sentido horizontal o avião. “Arremessando na horizontal o voo ganha muito mais performance”, recomenda.
Serviço
Aviãozinho – Fábrica de Brinquedos
Endereço: Rodovia dos Minérios km 14, 5.197, bairro Jardim Rafaela, em Almirante Tamandaré.
Horário de funcionamento: diariamente (inclusive aos domingos) das 8h às 19h.
Informações: www.aviazinho.com.br ou (41) 3699-2687
| Gerson Klaina |
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| Empresário sonha em montar escola para ensinar a garotada. |
