Hepatite A assusta acampamento

A Prefeitura de Jardim Olinda, Norte do Estado, confirmou sete casos de hepatite A no acampamento de sem terra na Fazenda Santa Terezinha. Há também suspeitas de outros doentes, mas a informação ainda não foi confirmada porque eles não procuraram o posto de saúde. A situação preocupa porque a transmissão é via oral e o acampamento não tem água encanada e saneamento básico. A Prefeitura está enfrentando dificuldades para atender os acampados.

Segundo a enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde da cidade, Cassiana Dib, em março apareceu o primeiro caso e nos últimos meses o número foi aumentando. A maioria dos doentes está faixa etária dos 7 aos 18 anos. A transmissão da doença está diretamente ligada a falta de higiene. Ela explica que vários agricultores usam o mesmo chuveiro e banheiro, o que facilita a transmissão. Além disso, também não há um controle efetivo sobre a qualidade da água. ?Nós fornecemos o cloro. Se usado de modo adequado ajudaria a prevenir o problema?, fala Cassiana.

A enfermeira diz que pode haver mais casos dos que os registrados até agora. Conta que a agente de saúde responsável pela área informou que pelo menos outras 10 pessoas apresentaram os sintomas da doença: vômito, dor de cabeça e no abdome, urina escura e pele amarela. Mas elas não procuraram atendimento, preferindo a automedicação.

O vice-prefeito, Juraci Paes, explica que a cidade está tendo dificuldades para dar conta do atendimento. O município conta com 1.559 habitantes. Mas só no acampamento há cerca de três mil pessoas. ?Da noite para o dia, triplicou o número de habitantes e a infra-estrutura não acompanhou?, diz Paes. A cidade conta hoje com um médico, uma enfermeira, dois técnicos em enfermagem e cinco agentes comunitários.

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