HC realiza transplante inédito de fígado

Um procedimento inédito no Brasil foi realizado ontem pelo Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. Trata-se de um transplante de fígado com utilização de um equipamento chamado TissueLink, que minimiza a necessidade de transfusão de sangue durante a cirurgia.

A principal função do aparelho – que pela primeira vez foi usado no país em transplante hepático entre pessoas vivas – é realizar o corte do fígado do doador e também a selagem dos vasos sangüíneos, diminuindo o sangramento.

?Não existia, até o momento, um único equipamento que fizesse o corte e a coagulação de maneira eficiente. Até então, o cirurgião precisava de três a quatro dispositivos ao mesmo tempo para fazer o trabalho de um só aparelho?, comenta o cirurgião do HC, Julio Cezar Uili Coelho, que participou do procedimento.

Segundo o coordenador do serviço de transplante hepático do Hospital São Rafael, de Salvador (BA), Paulo Amaral, que também acompanhou a cirurgia, ao minimizar a necessidade de transfusão de sangue, o equipamento diminui os riscos ao doador tanto durante a cirurgia de retirada do fígado, quanto no pós-operatório. ?A resposta imunológica de um paciente que não recebe sangue é muito melhor do que a de um paciente que recebe. O fato de não haver transfusão faz com que haja menos risco de infecção?, explica Paulo. ?Além disso, o equipamento diminui o tempo da cirurgia entre trinta e quarenta minutos, pois os cirurgiões não precisam ficar parando a todo momento para fazer ligações de vasos sangüíneos.?

A cirurgia de retirada de fígado realizada ontem no HC durou cerca de três horas e meia. O doador foi um homem de 45 anos de idade. ?Esse método é importante especialmente para os pacientes que são testemunhas de Jeová, que não permitem em nenhuma hipótese a transfusão de sangue?, diz o cirurgião do HC. O TissueLink foi doado ao HC pela empresa BMR Medical, que tem sede em Curitiba e atuação nacional. Uma das desvantagens do equipamento é que ele é descartável e tem custo ainda considerado alto: R$ 9,5 mil. 

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