O Hospital de Clínicas da UFPR, em Curitiba, acaba de realizar o primeiro transplante duplo de rim e fígado, com doador vivo, do Estado. O procedimento também é o segundo a ser realizado no Brasil e o quinto do mundo.
A cirurgia foi realizada no último dia 7, pelas equipes de transplante hepático e renal da instituição. Teve duração de quatorze horas (das 7 às 21h) e contou com a participação de 28 profissionais, entre médicos e enfermeiros.
A paciente, Cibele Kuss, de 25 anos e moradora do município de Fazenda Rio Grande, recebeu um dos rins e 60% do fígado de seu pai, o pedreiro Paulo Kuss, de 52 anos. Ela nasceu com uma doença congênita no fígado (glicogenose), que foi descoberta aos três meses de vida e que com o passar dos anos acabou comprometendo o rim.
?Há um ano e seis meses, Cibele esperava na fila para receber um fígado de doador morto?, conta o médico cirurgião Julio Coelho. ?Porém, as pessoas costumam esperar, em média, três anos por um órgão compatível. A doença de Cibele já estava em estado avançado e ela provavelmente não sobreviveria à espera. Como seu pai tinha o mesmo tipo sangüíneo e estava em boas condições de saúde, resolveu ser doador. No futuro, os transplantes intervivos poderão representar uma esperança bem maior a quem precisa de um transplante?.
O procedimento cirúrgico foi delicado e representou riscos tanto para o doador, quanto para a paciente. Paulo já recebeu alta do hospital e está em casa. Seu fígado já se regenerou e, no futuro, ele não vai precisar de medicamentos devido a cirurgia. ?O doador teve alta seis dias após o transplante e passa bem?, confirma o médico.
Cibele deve deixar o hospital nos próximos dias. Mesmo em casa, ela vai precisar de alguns cuidados, como alimentação especial e medicamentos para evitar rejeições e infecções. ?Ela vai precisar tomar remédios o resto da vida, mas eles vão sendo diminuídos com o decorrer do tempo?, explica Julio Coelho. ?Dentro de seis meses ou um ano, a paciente vai ter uma vida completamente normal?.
A moça, que tem estatura de uma menina de dez anos, devido a atrasos de desenvolvimento causados pelo problema de rim, voltará a se desenvolver. Suas funções reprodutivas também serão recuperadas, sendo que ela poderá ter filhos. Como sua doença é congênita, eles poderão ou não herdar seu problema de saúde
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna